O presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Antônio Jorge Camardelli, avalia que a reabertura do mercado russo para as carnes suína e bovina do Brasil, anunciada nesta quarta-feira, 31, aumenta a possibilidade de que outras empresas retomem os embarques para a Rússia no ano que vem. Segundo o Serviço Federal para Vigilância Sanitária e Fitossanitária da Rússia (Rosselkhoznadzor), cinco plantas de proteína bovina estão habilitadas a exportar ao país.

As companhias contempladas foram a Minerva Foods, Barra Mansa, Agra Agroindustrial, Frigorífico Astra do Paraná e o Frigorífico Vale do Sapucaí. A decisão do governo russo passa a valer a partir do dia 1º de novembro. Camardelli acredita que pequenos lotes brasileiros ainda poderão ser embarcados para a Rússia neste ano, com crescimento progressivo em volume previsto para 2019.

“As empresas vão começar amanhã a fazer suas interlocuções comerciais. Se tiver viabilidade logística, estoques disponíveis e possibilidade de transitar nas áreas portuárias da Rússia, que passam por intempéries de inverno neste período, é possível embarcar neste último bimestre”, explica o executivo.

O embargo foi imposto em novembro de 2017, quando foram encontrados focos de ractopamina em lotes de proteínas brasileiras, substância proibida. Naquele ano, até outubro, o Brasil exportou 131,08 mil toneladas de carne bovina para o mercado russo, volume 12,14% maior na variação anual. Com os embarques, foram faturados US$ 420,43 milhões, alta de 23,76%. O preço médio estava 10,37% maior que o praticado em 2016, a US$ 3.207,35 por tonelada. (Estadao)