O juros mais baixos e o cenário eleitoral indefinido afastam investidores dos Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA). Neste ano, até agosto, a agropecuária levantou, por meio desses títulos, R$ 2,99 bilhões em recursos, 54% menos que nos oito meses de 2017. Fontes explicam que o papel ficou menos atrativo para investidores por causa da queda da taxa básica de juros. Além disso, a regulamentação do título, editada pela Comissão de Valores Mobiliários, tem gerado dúvidas no mercado – a CVM deve divulgar esclarecimentos. A virada pode vir em 2019, já que a tendência é de que os juros voltem a subir e a agropecuária continue crescendo. O interesse na emissão não virá exclusivamente de empresas gigantes do setor, mas também de agricultores de porte, que continuam a emitir os certificados para financiar a própria safra. Os especialistas preferem não arriscar números de desempenho do CRA no próximo ano, mas Renato Barros Frascino, diretor da securitizadora Gaia Agro, reforça o cenário de recursos cada vez mais restritos ao crédito rural como impulsor deste mecanismo de financiamento. “A demanda dos produtores por esse título deve ser crescente”, afirma. (Broadcast)