Lavouras em boas condições pressionando preços
Os futuros do milho e da soja mantem viés de baixa na CBOT, influenciados pelas boas condições das lavouras.
Milho
No mercado interno, o milho encerrou a última terça-feira (29) próximo à estabilidade, com a saca na praça de referência de Campinas/SP recuando 0,09%, para R$ 63,64. Na B3, a elevada oferta no cenário global, impulsionada pela colheita recorde da safrinha brasileira e pela perspectiva de uma safra robusta nos Estados Unidos, continua influenciando o ativo. O contrato com vencimento em setembro/25 (CCMU25) foi o único que não cedeu à pressão e encerrou o pregão regular cotado a R$ 65,15 por saca, com avanço de 0,15% em relação ao dia anterior.
Em Chicago, os preços do milho encerraram o dia em baixa, influenciados pela estabilidade nas condições das lavouras norte-americanas. Segundo o USDA, as lavouras em boas e excelentes condições das recuaram apenas 1 ponto percentual em relação ao relatório anterior, permanecendo acima dos 68% observados no mesmo período do ano passado. Com isso, o contrato de maior liquidez, com vencimento em setembro/25 (ZCU25), encerrou o dia com recuo de 1,14%, cotado a US$ 3,89 por bushel.
Boi gordo 
O mercado do boi gordo demonstra recuperação nos últimos dias, quebrando o viés baixista que vinha acompanhando as cotações desde o início de julho. Com isso, nesta terça-feira o mercado do boi gordo registrou alta em 8 das 9 praças pecuárias monitoradas. Entre os destaques, o Mato Grosso foi a única praça que registrou queda de 0,11% na comparação diária, com a arroba cotada a R$ 295,26. Em movimento oposto, Mato Grosso do Sul teve alta de 0,87%, sendo a arroba precificada a R$ 298,60. No mercado futuro, a B3 encerrou o pregão em cenário de retração: o contrato com vencimento em setembro de 2025 recuou 0,51% na comparação diária, sendo negociado a R$ 319,35/@.
Desde o início de julho, o mercado do boi gordo operou sob pressão baixista, mas a intensidade das quedas diminuiu nos últimos dias, com sinais de estabilidade nas cotações. Para agosto, espera-se uma recuperação gradual dos preços, impulsionada pela entrada de salários e pela demanda sazonal do Dia dos Pais. No cenário externo, mesmo com as tarifas impostas pelos EUA, o Brasil manteve ritmo forte de exportações, com projeção de recorde mensal, e pode ganhar espaço em outros mercados diante da possível realocação de oferta por concorrentes globais.
Soja
No mercado interno, a soja finalizou em queda e a referência de Paranaguá/PR registrou leve recuo na terça-feira (29), com declínio de 0,60%, encerrando o dia com a saca negociada a R$ 137,85. O dólar recuou na B3 e o contrato com maior liquidez, agosto/25 (DOLQ25), fechou o pregão cotado a R$ 5,570, com queda de 0,60%.
Na Bolsa de Chicago, os futuros da soja fecharam em baixa, sem muitas mudanças, pressionados pelo relatório do USDA, que indicou que 70% das lavouras estão em boas ou excelentes condições e pela ausência da China nas compras da safra americana. O contrato com vencimento em agosto/25 (ZSQ25) apresentou retração de 0,71%, encerrando o dia cotado a US$ 9,81 por bushel.