Enquanto soja respira, milho escorrega
Apoio externo sustenta a alta da soja em Chicago, enquanto o milho sofre pressão interna devido à aproximação da colheita e à expectativa de safra recorde, resultando em perdas no mercado físico e na B3.

Milho 

No mercado interno, o milho encerrou a semana com a saca cotada a R$ 75,07, após queda de 1,13%, acumulando recuo de 6,31% no mês em Campinas/SP. Na B3, a sexta-feira foi de fechamento negativo para as cotações futuras de milho, com exceção do contrato de vencimento em maio/25 que apresentou um leve ajuste positivo. Com a aproximação da colheita de milho segunda safra, somada a boa expectativa de produção, a pressão esteve presente no mercado durante a semana. O contrato com vencimento em julho/25 (CCMN25) recuou 0,83% frente ao dia anterior, encerrando o pregão regular a R$ 64,19 por saca.

Na CBOT, a sexta-feira foi de recuperação nas cotações futuras de milho. Na última quinta-feira, o USDA divulgou o volume de vendas semanais de exportação entre os dias 24/04 e 01/05, no período foram exportados 1,66 milhão de toneladas, valor superior ao que o mercado esperava. O cenário de demanda aquecida trouxe fôlego ao mercado, apesar da expectativa de safra recorde para a temporada 25/26. O contrato julho/25 (ZCN25) encerrou o pregão com alta de 0,50%, cotado a US$4,50 por bushel.

Boi gordo 

O cenário da arroba do boi gordo encerrou a semana em queda, pressionado por saídas temporárias de alguns frigoríficos do mercado, devido as escalas de abates já preenchidas para o mês de maio. A maior desvalorização foi registrada em São Paulo, com recuo de 0,75%, no comparativo diário e a arroba cotada a R$ 314,79 no comparativo diário. Acompanhando o movimento do mercado físico, a B3 também fechou em baixa, com destaque para o contrato de agosto/25, que caiu 1,41%, sendo negociado a R$ 320,80/@.

Em abril de 2025, os abates em plantas SIF cresceram 9,71% frente a março, somando 2,60 milhões de cabeças, maior volume desde jul/24. As fêmeas lideraram, com 1,21 milhão de cabeças, marcando recorde mensal e representando 46,8% do total. No acumulado do ano, foram abatidos 9,69 milhões de bovinos, alta de 3,42% ante 2024. Esse resultado marca um novo recorde histórico para o primeiro quadrimestre do ano.

Soja 

No mercado doméstico, a soja encerrou a primeira semana do mês estável, com a saca cotada a R$ 132,53 em Paranaguá/PR, e mesmo com a queda do dólar, que costuma desestimular as exportações, a última sessão foi sustentada pela alta nos contratos futuros, o que ajudou a evitar perdas mais acentuadas.

Sexta-feira de continuidade no movimento de alta para as cotações futuras de soja em Chicago. A possibilidade do início de um acordo entre China e EUA no fim de semana segue em foco. Além disso, o mercado aguarda os números de oferta e demanda do USDA na segunda-feira, com a expectativa de redução de área. O contrato de soja grão com vencimento mais curto, maio/25 (ZSK25) encerrou o pregão com alta de 0,70%, cotado a US$10,44 por bushel.