Commodities sob pressão
Milho encerra a terça-feira em queda na B3 e Chicago, pressionado pelo clima favorável no Brasil e ao plantio nos EUA. Já a soja registra leve alta, impulsionada por um dólar mais fraco e ajustes na área prevista para 2025/26.
Milho
Em Campinas/SP, o milho iniciou a semana em queda de 1,10%, com a saca a R$ 82,57 e acumulando uma desvalorização de 5,86% no mês. Pós feriado com movimento de baixa para as cotações futuras de milho na B3, com exceção do contrato de vencimento maio/25. O real mais forte frente ao dólar e a queda nas cotações do cereal em Chicago foram os principais direcionadores. As condições mais favoráveis para o desenvolvimento do milho segunda safra colaboraram com o cenário. O contrato maio/25 (CCMK25) avançou 0,75%, fechando o pregão regular a R$ 77,48/sc. Em seguida, o contrato julho/25 (CCMN25) recuou 0,94%, cotado a R$ 69,92/sc.
Cotações futuras de milho fecham em queda nesta terça-feira em Chicago. A melhora nos mapas climáticos, favorecendo o desenvolvimento das lavouras já semeadas e fortalecendo o ritmo das operações de plantio nos EUA fortaleceram o movimento. Colaborando com o cenário, as cotações do trigo também recuaram. O contrato de milho para maio/25 (ZCK25), encerrou o pregão cotado a US$ 4,76/bu, queda de 1,25% frente ao pregão anterior.
Boi gordo
Após o feriado prolongado, as indústrias retomaram as compras de maneira mais lenta, o que gerou uma pressão negativa sobre os preços da arroba em grande parte do país. Destaque para a praça paulista, onde o preço médio ficou em R$ 328,75 por arroba, representando uma queda de 0,61% no comparativo diário. Na B3, o movimento foi oposto ao do mercado físico, com os contratos encerrando o dia em alta. A maior valorização foi registrada no vencimento de junho de 2025, com aumento de 0,20%, alcançando R$ 324,95 por arroba.
No cenário internacional, o Brasil firmou em 8 de abril de 2025 um acordo para exportar miúdos bovinos ao Marrocos com tarifa zero, após a atualização do Certificado Sanitário Internacional. Antes da mudança, uma tarifa de 200% inviabilizava as vendas, apesar da habilitação já existente. Em 2023, o Marrocos importou US$ 72,3 bilhões em produtos, sendo 14% destinados à alimentação, com o Brasil respondendo por 2,2% desse total. Os Estados Unidos foram responsáveis por 99% das exportações de miúdos ao país africano, que atualmente enfrenta queda na produção interna. No ano passado, o Brasil exportou 156 mil toneladas de miudezas, mas apenas 0,3% tiveram como destino o Marrocos.
Soja
No mercado doméstico, a soja iniciou a semana em desvalorização de 0,96%, com a saca negociada a R$ 134,31 após o feriado. O recuo nos preços reflete a reta final da colheita no Brasil, que já conta com 92,5% da área estimada, além da valorização do real frente ao dólar.
Nesta terça-feira, as cotações futuras de soja na CBOT fecharam no positivo. O dólar mais fraco e a expectativa de ajustes negativos na área semeada com soja na temporada 25/26 fortaleceram as cotações. Limitando as altas, as cotações de farelo e óleo de soja recuaram, com o mercado acompanhando as expectativas positivas de oferta nos EUA e Argentina. O contrato de soja grão com vencimento em maio/25 (ZSK25), subiu 0,53%, encerrando o pregão regular a US$ 10,35/bu.