Ajuste em meio à complexidade
Após vários dias de volatilidade, o mercado de grãos encerra com ajustes técnicos mantendo no radar o conflito no Oriente Médio, clima no Brasil, colheita e demanda nos EUA.
Milho 
Em contrapartida do mercado internacional, os preços do milho em Campinas/SP seguem em constante alta nesta semana, avançando 0,29%, para R$ 65,71/sc, com forte apetite dos compradores. Os futuros de milho apresentaram pequenos recuos na B3 ao longo da última quinta-feira, acompanhando o movimento negativo das cotações da commodity em Chicago. O contrato novembro/24 (CCMX24) oscilou -0,20% e fechou o pregão regular de 03/10 cotado a R$ 69,51/sc.
Apesar de o USDA ter reportado vendas de milho dos EUA totalizando 1,684 milhão de toneladas na semana encerrada em 26/09, acima das expectativas do mercado, os futuros da commodity registraram perdas na CBOT nesta quinta-feira. O movimento refletiu correções técnicas de baixa após uma sequência de altas diárias, além de ser influenciado pela queda do trigo. O futuro de milho para dezembro/24 (CZ24) desvalorizou 0,98% e encerrou a sessão diurna de 03/10 cotado a US$ 4,28/bu.
Boi gordo 
O boi gordo seguiu por mais um dia em trajetória de alta no mercado físico, a maior dificuldade de compras da indústrias frigoríficas em conjunto com a demanda firme e intensa dão sustentação para as cotações. E esse contexto está resultando em um cenário positivo para os aumentos contínuos na cotação do boi gordo, já dando alguns sinais para os R$ 300/@. A maior valorização desta quinta-feira (03/10) ocorreu novamente em São Paulo, que teve alta de 1,58% no comparativo diário e atingiu R$ 285,89/@. No acumulado semanal, a valorização no estado já atingiu 6,78%. Na B3, os futuros não tiveram a mesma firmeza do físico, com todos os contratos apresentando ajustes negativos. O vencimento para out/24 caiu 0,74% e está cotado a R$286,80/@.
A disponibilidade de carne com osso para o setor atacadista foi menor em comparação com as últimas semanas e isso está atrelado a diminuição dos abates e, consequentemente, na queda da produção de carne. Após sete semanas de aumentos consecutivos, os reajustes de preços da carne no atacado estão começando a aparecer no varejo. Mesmo em uma primeira quinzena do mês, período sazonalmente caracterizado por um aumento no consumo, a população pode começar a sentir os impactos de uma menor oferta e de um preço mais “salgado”, o que pode levar a uma retração nas compras. Ainda assim, a carcaça casada do bovino castrado ficou cotada a R$ 19,50/kg, um incremento de 8,33% no comparativo semanal.
Soja 
Em meio as constantes oscilações da semana, o preço da soja em Paranaguá/PR avançou 1,17%, alcançando R$ 142,27 por saca, influenciado também pelo dólar fortalecido.
Reagindo novamente à forte queda do farelo em Chicago, além da melhora nas previsões climáticas para importantes regiões produtoras no Brasil, os futuros do grão de soja terminaram a quinta-feira em baixa na CBOT. O contrato de novembro/24 (ZSX24) recuou 0,95%, encerrando a sessão regular de 03/10 cotado a US$ 10,46/bu.