Ponta pé inicial
Após as atualizações dos números de oferta e demanda agrícola pelo USDA, o mercado segue monitorando a demanda pelas commodities norte-americanas e influência dos derivados à medida que a colheita de milho e soja avança nos EUA. O clima na América do Sul também continua no radar com Brasil iniciando pontualmente o plantio da safra 24/25.
Milho
O mercado físico do cereal encerra a semana na praça paulista com retração, recuando para R$62,75/sc com compradores ausentes das negociações. Influenciados pela alta das cotações externas da commodity e pela firmeza dos preços domésticos, apesar do recuo do dólar em relação ao real, os futuros de milho acumularam ganhos na última sexta-feira na bolsa brasileira. O contrato novembro/24 (CCMX24) valorizou 1,65% e fechou o pregão regular de 13/09 cotado a R$ 67,80/sc.
Os futuros de milho registraram valorizações superiores a 1% ao longo da última sexta-feira na CBOT, acompanhando o movimento de alta do trigo, após a intensificação do conflito entre Rússia e Ucrânia na região do Mar Negro. O contrato dezembro/24 (CZ24) avançou 1,79% e terminou a sessão de 13/09 cotado a US$ 4,13/bu.
Boi gordo
Na última sexta-feira (13/09), o mercado físico do boi gordo manteve sua trajetória de alta, com valorização em todo o país devido ao enxugamento da oferta de animais. O destaque foi Rondônia, que registrou um aumento de 0,72% no comparativo diário, atingindo R$ 213,87/@. Na B3, o movimento dos contratos futuros divergiu: o vencimento mais próximo (set/24) teve alta de 0,30%, fechando a R$ 254,55/@ e o out/24 valorizou 0,23% (R$ 260,05/@), enquanto os demais contratos apresentaram ajustes negativos, com destaque para jan/25, que caiu 0,20%, encerrando o dia a R$ 269,10/@.
Essa alta no mercado físico também pode ser atribuída ao bom desempenho das exportações, impulsionadas pelo preço da carne bovina exportada em reais, que atingiu o maior nível dos últimos 15 meses. Com o dólar médio em ago/24 cotado a R$ 5,55, o maior valor desde dez/21, o preço médio da carne exportada chegou a R$ 24.604/tonelada, um aumento de 0,66% em relação a jul/24 e 11,16% superior ao registrado em ago/23. A desvalorização do real tem beneficiado o faturamento das indústrias frigoríficas brasileiras. Para set/24, espera-se uma expansão nas exportações, com projeção de 225 mil toneladas embarcadas, 3,47% a mais que em ago/24, o que representaria o maior volume da história para o mês de setembro. Além disso, esperamos que a valorização em reais da proteína brasileira se mantenha ao longo do mês.
Soja
A semana encerra com estabilidade no mercado físico de soja com foco na menor oferta doméstica, na direção oposta ao dólar e CBOT. Em Paranaguá/PR, a saca da oleaginosa se mantém próxima a R$141,00/sc.
Reagindo à queda dos derivados da oleaginosa e ao início da colheita de uma safra recorde de soja nos EUA, os futuros do grão recuaram na última sexta-feira na Bolsa de Chicago. Outro fator de influência sobre os preços foi a expectativa de crescimento na área semeada com soja na Argentina na temporada 2024/25, segundo a Bolsa de Comércio de Rosário. O contrato de novembro/24 (ZSX24) finalizou a última sessão da semana na CBOT cotado a US$ 10,06/bu, uma queda diária de 0,45%.