Os custos de produção são a principal preocupação do pecuarista de corte atualmente no Brasil. É o que mostra uma pesquisa feita em conjunto pela Embrapa e duas universidades gaúchas: Federal do Pampa (Unipampa) e Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), através do Núcleo de Estudos da Produção de Bovinos de Corte e Cadeia Produtiva.
Os pesquisadores consultaram 1630 pessoas em 542 municípios de todos os Estados brasileiros. O questionário tinha 39 perguntas abordando cinco temas principais: saúde e bem-estar animal, nutrição animal e forrageiras, melhoramento animal, ciência e tecnologia da carne e gestão e sistemas de produção. No trabalho, feito entre os meses de abril e maio, o custo de produção foi citado como prioridade maior por 57,6% dos entrevistados.
“O pecuarista demonstra que quer compreender melhor como funciona o seu negócio, o registro de receitas e despesas da propriedade, assim como os indicadores de eficiência econômica, de forma que o ajude a organizar melhor e gerir o estabelecimento rural, obtendo, assim, mais lucratividade de sua atividade”, interpreta o pesquisador da Embrapa Pecuária Sul, Vinicius Lampert, de acordo com o divulgado pela empresa.
Outras preocupações mencionadas pelos participantes da pesquisa foram capacitação e suporte técnico, recuperação de áreas degradadas e conservação, e garantia de qualidade e segurança dos alimentos e técnicas de manejo de pastagens. Das pessoas que responderam o questionário, 70% se declararam pecuaristas, um dado considerado importante pelos pesquisadores.
A partir da avaliação dos dados, os responsáveis pelo trabalho esperam embasar estratégias de pesquisa, transferência de tecnologia e divulgação de informações.
“Com essa atualização e conhecimento dos principais problemas do setor vai ser possível qualificar a definição de estratégias de pesquisa e comunicação e, como consequência, favorecer a melhoria da competitividade da pecuária de corte brasileira”, afirma Lampert.
De acordo com a Embrapa, a enquete ainda está aberta a participações. Em uma segunda fase, a intenção é identificar prioridades específicas de cada região do Brasil e, a partir dessas informações, oferecer subsídios para políticas públicas que considerem as diferenças regionais. (Globo Rural)