O dólar rondava a estabilidade frente ao real em negociações voláteis nesta segunda-feira, abrindo uma semana em que as atenções dos investidores se voltam para a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no primeiro trimestre e para a possibilidade de corte de juros pelo Banco Central Europeu (BCE).
Às 9h53, o dólar à vista caía 0,03%, a 5,2494 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento recuava 0,04%, a 5,259 reais na venda.
“Acho que temos sinais mistos hoje e o dólar respondendo então com volatilidade e alternância de sinal”, disse Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital.
“Acho que a esticada refletiu um pouco a queda nas commodities e piora na estimativa de inflação por aqui. Na contramão, que inverteu o sinal, vi um empuxo lá de fora”, acrescentou.
Na sexta-feira, o dólar marcou o maior valor de fechamento contra o real desde 16 de abril, a 5,2510 na venda após uma alta de 0,78% no dia.
Os ganhos na última sessão da semana se deram, principalmente, devido à disputa pela taxa Ptax de fim de mês, com investidores em posições compradas impulsionando as cotações ao longo do dia.
Taxa de câmbio calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista, a Ptax serve de referência para a liquidação de contratos futuros. No fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcioná-la a níveis mais convenientes às suas posições.
Nesta semana, os investidores voltam suas atenções para uma série de eventos econômicos no cenário exterior e doméstico.
O IBGE divulga na terça-feira os dados do PIB do primeiro trimestre, com expectativa apontada por economistas em pesquisa da Reuters de avanço de 0,8% sobre o trimestre anterior, marcando uma retomada de ritmo.
Mais cedo, o mercado brasileiro digeriu novas previsões de economistas consultados pelo Banco Central em sua pesquisa Focus. Os analistas passaram a ver agora apenas mais um corte de 0,25 ponto percentual na taxa Selic até o fim do ano, ante uma redução de 0,50 ponto na semana anterior.
Eles também aumentaram ligeiramente a projeção para o IPCA em 2024, agora a 3,88%, de 3,86% na semana passada.
No exterior, o BCE pode iniciar um ciclo de afrouxamento monetário, reduzindo os juros em 0,25 ponto percentual, para 3,75%, na quinta-feira. Se confirmado, será a primeira vez na história que o BCE corta juros antes do Federal Reserve.
(Notícias Agrícolas)