Marco Guimarães é estagiário pela Agrifatto
A perspectiva de um primeiro giro de confinamento menor pode levar a preços pecuários levemente mais firmes e, se por um lado encontra suporte na restrição de animais, por outro lado, têm a sua alta limitada pelo consumo interno fraco.
Esse cenário contagia os preços futuros na B3 (antiga BM&F), que se fortalecem abaixo da média histórica dos últimos 10 anos.
Já que a menor oferta de animais não foi capaz de aquecer os preços no mercado futuro de modo mais consistente, seria importante um avanço mais robusto do consumo, ampliando a originação pelos frigoríficos com pressão positiva mais expressiva.
Deste modo, os contratos da B3 com vencimento para setembro de 2018 se valorizam abaixo da média histórica. Se em 2017 a arroba avançou 7,30% em setembro ante o mês anterior, neste ano, os preços futuros apontam para alta de 2,15% no mesmo período (gráfico 1).
O segundo giro do confinamento, que concentra a oferta de animais a partir de outubro, também não encontra preços no mercado futuro acima da média histórica, o que demanda cuidado na gestão dos custos e dos riscos envolvidos no confinamento.
Analisamos a variação histórica dos preços entre agosto e setembro e entre setembro e outubro, aplicando as variações máximas e mínimas históricas, a variação média entre 2008 e 2018 e os valores futuros na B3.
A maior alta do preço da arroba entre agosto e setembro foi em 2017, quando se fortaleceu 7,30%, uma recuperação no período de entressafra após os eventos marcados pela operação Carne Fraca.
Já em outubro ante o mês anterior, o avanço mais expressivo aconteceu em 2010, quando os preços subiram 7,60%.
Levando em consideração a média histórica dos últimos 10 anos, o fortalecimento mensal da arroba em setembro e outubro é de 2,3% e 1,8%, respectivamente.
Se os preços acompanharem a média histórica, projeta-se preços balizados em setembro ao redor de R$ 147,93/@ e em outubro de R$ 150,64/@.
Atualmente, o mercado futuro precifica a arroba nestes meses em R$ 147,75 e R$ 149,40, respectivamente.
Nessa perspectiva, os contratos futuros da B3 estão abaixo da média histórica, tendo como principal motivação o consumo interno enfraquecido e o cenário ainda imprevisível do contexto político-econômico. Para saber mais sobre a demanda enfraquecida e suas perspectivas, clique aqui.