O dólar recuava frente ao real nesta terça-feira, embora já tenha desacelerado o ritmo ante as mínimas do dia, em linha com o arrefecimento da moeda norte-americana no exterior e enquanto os mercados reagiam ao anúncio feito na véspera pelo Banco Central de um leilão extraordinário de swap cambial tradicional.
Às 10h20 (de Brasília), o dólar à vista caía 0,12%, a 5,0526 reais na venda, depois de mais cedo ter chegado a recuar 0,72%, a 5,0226 reais. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,06%, a 5,065 reais.
O BC venderá nesta sessão 1 bilhão de dólares em contratos de swap cambial, em operação a ser realizada entre 12h30 e 12h40, que busca atender a uma demanda gerada pelo resgate do título NTN-A3, atrelado ao câmbio, previsto para 15 de abril.
Essa operação extra não se confunde com o leilão diário de swaps que vem sendo realizado pelo BC para rolagem dos vencimentos de junho deste ano. Nesta terça-feira, das 11h30 às 11h40, serão colocados à venda 16.000 contratos de swap para rolagem.
Segundo Leonel Mattos, analista de inteligência de mercados da StoneX, o leilão tem uma pressão baixista sobre a moeda norte-americana –uma vez que o leilão de swap tradicional é operação com efeito equivalente a venda de dólares no mercado futuro.
Enquanto isso, no exterior, o índice que compara o dólar a uma cesta de pares fortes tinha leve queda, perdendo fôlego depois de mais cedo tocar uma máxima em cinco anos, dando alívio às divisas de países emergentes.
As atenções agora se voltam para mais dados dos EUA nesta terça –encomendas à indústria e vagas de trabalho em aberto–, além de comentários de autoridades do Federal Reserve em busca de mais pistas. Essas informações virão antes do relatório de criação de empregos fora do setor agrícola dos EUA de março, a ser publicado na sexta-feira.
Operadores estão precificando uma chance de 62% de o Fed cortar os juros em 25 pontos básicos em junho, e veem mais duas reduções em 2024, de acordo com a ferramenta FedWatch do CMEGroup.
Quanto antes o Fed reduzir os custos dos empréstimos, melhor para as divisas emergentes, que assim passam a oferecer retornos mais atraentes para agentes estrangeiros em comparação com os juros pagos aos investidores nos Estados Unidos.
Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a 5,0588 reais na venda, em alta de 0,86%, maior valor de fechamento desde 13 de outubro do ano passado.
(Notícias Agrícolas)