A BRF S.A. teve um prejuízo líquido de R$ 1,57 bilhão no segundo trimestre, quando seu desempenho operacional foi pressionado por aumento dos grãos usados na nutrição animal, mix de vendas de menor valor agregado, despesas não recorrentes, greve dos caminhoneiros, entre outros fatores.

A empresa teve uma despesa não recorrente de R$ 672 milhões no período, relacionada a gastos decorrentes da Operação Trapaça, greve dos caminhoneiros, impactos de dívida designada como hedge e gastos com o Plano de Reestruturação Operacional e Financeira, anunciado em junho.

A Operação Trapaça investigou suspeitas de falsificação de laudos laboratoriais de produtos por funcionários da BRF em relação à presença de salmonela. Gastos com mídia, advogados, consultorias, administração de devoluções de produtos e ociosidade na estrutura fabril relacionados a essa operação somaram R$ 288 milhões.

“Anunciamos um resultado trimestral que foi fortemente impactado por fatores externos, mudanças de mercado, de contexto geopolítico e incertezas do cenário doméstico, e que fizeram com que nosso desempenho ficasse aquém do que acreditamos ser o nosso potencial”, disseram o presidente da BRF, Pedro Parente, e o diretor vice-presidente, Lorival Nogueira Luz Jr., em carta a investidores que acompanhou a divulgação dos resultados da companhia.

O embargo europeu a 12 plantas da BRF no Brasil foi citado como medida “protecionista” que prejudicou os resultados da companhia. “Já protocolamos nossa apelação junto à Corte de Justiça da Comissão Europeia e aguardamos o resultado desta solicitação”, afirmaram os executivos.

Segundo eles, foram identificadas oportunidades para ampliação de eficiência nas operações da companhia que deverão gerar um impacto positivo de R$ 515 milhões no EBITDA (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) de 2018 e de pelo menos R$ 1,2 bilhão em 2019. Esse impacto positivo será adicional às eficiências já esperadas com o plano de reestruturação operacional em curso.