Bifes e barganhas
Cabo de guerra no mercado físico do boi gordo continua, além disso, exportadores brasileiros e importadores chineses divergem nos valores para novos negócios
Boi Gordo
De um lado temos uma oferta limitada de animais prontos para abate, de outro a indústria com escalas confortáveis e um baixo escoamento no mercado doméstico, fazendo com que os frigoríficos resistam em ofertar a mais pela arroba e o mercado físico apresenta diferentes reações nas diferentes regiões do país. A região centro-oeste não resistiu à pressão e cedeu, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, tiveram recuos de 1,8%, 0,6% e 0,4%, cotados a R$ 229,10/@ R$ 211,40/@ e R$ 231,90/@, respectivamente, no comparativo semanal. Na B3, todos os contratos tiveram reajustes negativos e o vencimento para jan/24 ficou em R$ 243,30/@, desvalorização de 0,31%.
Para o mercado internacional de carne bovina, apesar dos patamares negociados com o nosso maior parceiro, a China, virem apresentando altos e baixos ao longo do último ano, os exportadores brasileiros e os importadores chineses estão em uma forte queda de braço para fechar novas vendas em 2024. Até o momento, estão sendo entregues, majoritariamente, os negócios realizados em 2023, pois os chineses estão oferecendo cerca de US$ 4.200/t do dianteiro bovino, bem abaixo do que esperam os exportadores e cerca de 9,11% menor do que vinha sido negociado no último mês.
Milho
O milho segue perdendo preço devido a desacelerada dos players no mercado físico, encerrando o dia sendo negociado por volta dos R$ 65,00/sc em Campinas/SP. Após as recentes desvalorizações, os futuros de milho acumularam mais um dia de avanços na B3, sustentados pela movimentação positiva da taxa de câmbio e refletindo o cenário ainda indefinido para a 2ª safra do cereal no Brasil. O contrato mar/24 (CCMH24) valorizou 1,53% e fechou o pregão regular de quarta-feira (17) cotado em R$ 67,90/sc.
Em Chicago, os futuros de milho contabilizaram novos recuos ao longo da última quarta-feira, diante do cenário de oferta recorde do cereal em 23/24 nos EUA e na China, e com a demanda não esboçando reações na mesma proporção. O contrato mar/24 (CH24) oscilou -0,28% e terminou a sessão diurna cotado em US$ 4,42/bu.
Soja
Devido a redução da demanda externa, a CBOT intensifica as baixas nessa quarta-feira, trazendo o preço do grão no mercado interno para casa dos R$ 123,00/sc em Paranaguá/PR.
Os futuros do grão de soja voltaram a flertar com as mínimas do dia 12/01 e registraram perdas superiores a 1% nesta quarta-feira em Chicago, respondendo à forte desvalorização do farelo de soja e também à menor demanda da China pela oleaginosa. O contrato mar/24 (ZSH24) retrocedeu 1,75% e finalizou a sessão regular de 17/01 a US$ 12,06/bu.