O cenário para as exportações brasileiras de soja neste ano é positivo por causa da disputa comercial entre Estados Unidos e China, os preços remuneradores do grão no mercado internacional e a desvalorização do real frente ao dólar, diz a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec). Em julho, a Anec contabilizou 8,2 milhões de toneladas exportadas. A preocupação, entretanto, é com a tabela do frete. Segundo a associação, o aumento dos custos de transporte em virtude da obrigatoriedade de observância aos valores mínimo da tabela só não está afetando os resultados do escoamento da safra de soja porque o tabelamento se deu quando a comercialização da safra 2017/2018 estava “em nível bastante adiantado, com valores pré-fixados e contratos de transporte já firmados”.

A Anec ressaltou, contudo, o risco de um “passivo gigantesco” para as empresas exportadoras. “O transportador pode reivindicar posteriormente o valor correspondente à diferença entre os valores pagos pelo embarcador e o que seria o mínimo, observados os valores da tabela, além do pagamento de 100% sobre esta diferença, a título de multa, conforme prevê a medida provisória”.

A associação disse que a tabela de frete vem trazendo dificuldades na comercialização antecipada da safra 2018/19. “Contratos de compra ou financiamento da safra de soja 2018/2019 pelas tradings, que deveriam estar em nível bem mais avançado neste momento, estão quase que estagnados”, conta. A dificuldade, acrescenta, está na precificação pelos compradores e pelos próprios produtores do custo que será necessário para transportar a soja. (AE)