Virada de chave, ou melhor, de safra
Futuros agrícolas recuam em Chicago com previsões de chuvas para o Brasil e início do plantio da soja no Paraguai. A moeda norte-americana volta a avançar no Brasil e limita impacto aos preços no mercado brasileiro.
Milho
O preço do milho segue de lado no mercado físico, com produtores retraídos e pouco volume de negócios concretizados. Em Campinas/SP, o cereal é cotado a R$ 53,50/sc. Na B3, os futuros do cereal apresentaram oscilações mistas, ponderando os movimentos opostos entre a taxa de câmbio e os futuros em Chicago. O contrato set/23 (CCMU23) variou +0,19% e fechou o pregão regular de quinta-feira (31) cotado em R$ 53,15/sc.
Em Chicago, os futuros de milho seguiram pressionados para baixo e registraram perdas inferiores a 1% no dia de ontem, refletindo a desvalorização dos futuros de trigo e com os agentes atentos à demanda pelo milho norte-americano, que segue retraída. O vencimento set/23 (CU23) recuou 0,16% e acabou precificado em US$ 4,61/bu.
Boi gordo
A melhora no atacado não foi o suficiente para conter a pressão baixista sobre a arroba do boi gordo, quarta-feira foi marcada pela queda das cotações em 5 das 17 praças pecuárias brasileiras. Em São Paulo, o animal pronto para abate encerrou o dia cotado à R$ 194,70/@ e com recuo diário de 0,4%, patamares inferiores ao Mato Grosso do Sul, que tem cotação de R$ 198,20/@ e sem variação no comparativo diário. Na B3, os contratos futuros se mantiveram em valorização, ênfase para ago/23 que foi liquidado à R$ 200,33/@, abaixo do fechamento do dia que estava em R$ 200,90/@.
A grande oferta de animais segue pressionando os preços no Brasil e a cotação do boi gordo no país ronda os US$ 41,80/@, com queda semanal de 3,97%, que poderia ter sido maior caso a moeda brasileira não tivesse valorizado frente ao dólar. No Paraguai e na Argentina, foi registrado queda de 4,8%, com os animais sendo comercializados a US$ 44,30/@ e US$ 65,30/@, respectivamente. No Uruguai o valor do boi gordo caiu 2,90% e está sendo comercializado a US$ 50,30/@.
Soja
Apesar da queda dos futuros na CBOT, os preços voltaram a subir no mercado físico da soja, devido ao forte o avanço do dólar, que fechou a quinta-feira em R$ 4,95. Em Paranaguá/PR, a oleaginosa é comercializada a R$ 151,50/sc.
Os futuros do grão de soja acumularam o terceiro recuo diário consecutivo na CBOT, orientados pela queda dos futuros dos derivados da commodity, clima na América do Sul e com o Índice Dólar ganhando força, o que tende a pressionar os ativos de risco para baixo. O vencimento nov/23 (ZXS23) retrocedeu 1,30% e terminou a sessão regular de 31/08 cotado em US$ 13,69/bu.