Muitas vezes criticado por ainda recorrer a métodos altamente poluentes, o agronegócio pode ser um aliado na busca por um mundo mais sustentável. Para alimentar um planeta com a população de quase 8 bilhões de pessoas, técnicas de produção de comida em larga escala são fundamentais, mas isso não significa que é preciso abrir mão do cuidado ambiental. 
Conheça cinco maneiras como o agronegócio pode contribuir para a diminuição da poluição.
ILPF
Quando se fala de poluição atmosférica, é impossível não pensar no dióxido de carbono (CO2). O gás emitido de diversas maneiras, como pela poluição de indústrias e por automóveis movidos a motores de combustão, é altamente poluente e dura centenas de anos na atmosfera. 
Outro gás, porém, pode ser ainda mais danoso, trata-se do metano, que chega a ser 80 vezes mais prejudicial para o meio ambiente do que o CO2. Ele tem uma “vida” mais curta, ficando ativo por cerca de 12 anos, desse modo, a redução nas emissões de metano teria um impacto rápido para o combate à poluição.
O metano é um dos principais produtos da agropecuária, estima-se que 65% das emissões no Brasil provenham das atividades do setor. Desmatamento, queimadas e a utilização de solos para pecuária geram problemas dessa ordem e existem maneiras do agronegócio mitigar as emissões poluentes, como a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF).
ILPF é um sistema de produção agropecuária que combina a criação de gado, a produção de culturas agrícolas e o plantio de árvores em uma mesma área. Esse sistema visa a maximizar a produtividade, otimizar a utilização dos recursos naturais e promover a sustentabilidade. 
A manutenção de áreas de florestas ou com árvores serve para sequestrar e devolver ao solo o carbono emitido durante as atividades agropecuárias. Além disso, as florestas ajudam na recuperação do solo, evitam erosões e alagamentos e fornecem sombra e proteção natural contra pragas.
Uso consciente de agrodefensivos
O uso de agroquímicos e defensivos pode gerar poluição de diversas maneiras. Pode, por exemplo, ocorrer a contaminação do solo e das águas subterrâneas quando os agrotóxicos se infiltram no solo e alcançam camadas mais profundas. Além disso, a dispersão de agrotóxicos no ar pode afetar a fauna e a flora locais, prejudicando a biodiversidade, afetando insetos benéficos e contaminando plantas não alvo. 
O uso excessivo de defensivos também leva ao desenvolvimento da resistência de pragas e doenças, e pode ter consequências negativas para a saúde humana. Para mitigar esses impactos, é necessário promover o uso responsável de agrotóxicos e buscar alternativas sustentáveis.
Uma das soluções para a redução no nível de uso de agrotóxicos e manutenção da produtividade é o manejo integrado de pragas e doenças. Essa é uma abordagem que combina diversas medidas naturais em vez de recorrer a meios químicos para o combate de pragas. 
No manejo integrado são utilizados ferramentas como o controle biológico, a rotação de culturas, o plantio de variedades resistentes, o monitoramento das pragas e a adoção de práticas de manejo adequadas. Isso reduz a necessidade de agrotóxicos e, consequentemente, diminui a contaminação ambiental.
O desenvolvimento da tecnologia também é um grande aliado para o produtor rural que busca maior sustentabilidade. A agricultura de precisão é uma abordagem que utiliza tecnologias avançadas, como sensores, sistemas de informações geográficas (SIG) e inteligência artificial (IA). Com essas ferramentas, busca-se um manejo mais preciso dos insumos agrícolas, como fertilizantes e agrotóxicos, reduzindo sua aplicação em áreas desnecessárias, o que resulta em uma menor exposição ao meio ambiente e na diminuição da contaminação.
Uso de energia renovável
O agronegócio ainda é, em grande parte, dependente do diesel e de outros combustíveis de fontes não renováveis. A própria dependência do modal rodoviário para a escoação da produção brasileira é uma questão preocupante. 
A adoção de fontes de energia renováveis no agronegócio, como a energia solar, eólica e de biomassa, contribuiria para a redução das emissões de gases de efeito estufa e diminuiria a poluição atmosférica. 
A utilização de sistemas de energia limpa, como painéis solares para irrigação, biodigestores para geração de biogás e biomassa como fonte de calor, já é uma realidade que promove a sustentabilidade energética nas propriedades rurais. Contudo, para ser implementada em larga escala, é preciso de uma ação conjunta de produtores, órgãos ambientais e dos governos federal e locais.
Gestão adequada dos resíduos
gestão correta dos resíduos produzidos pelo agronegócio é essencial para evitar a contaminação do solo, da água e do ar. A compostagem de resíduos orgânicos, a reciclagem de embalagens de agrotóxicos e o manejo adequado dos resíduos animais são práticas que contribuem para a redução da poluição e para a preservação ambiental.
(Estadão Summit Mobilidade, Terra Análises, Estadão Summit Agro)