O Brasil exportou 1,02 milhão de toneladas de carne bovina no primeiro semestre, queda de 3,8% em relação ao volume de 1,06 milhão de toneladas embarcado no mesmo período do ano passado, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec). O faturamento com as exportações de carne bovina nos seis primeiros meses do ano somou US$ 4,8 bilhões, ante US$ 6,2 bilhões no mesmo período do ano passado.
Os dados refletem o impacto da suspensão temporária das vendas para a China, devido ao caso atípico de encefalopatia espongiforme bovina (EEB) confirmado em fevereiro, e a queda nos preços médios dos produtos exportados. O caso de EEB levou à suspensão dos embarques para o país asiático por cerca de um mês, mas também impactou as vendas em meses subsequentes até que a China retomasse o ritmo de compras e que a carga enviada antes do embargo fosse liberada. A China continuou como principal importador da carne bovina brasileira nos primeiros seis meses do ano, com compras de 512,3 mil toneladas e US$ 2,6 bilhões em faturamento. Em seguida, os Estados Unidos compraram 71,4 mil toneladas, gerando faturamento de US$ 428,6 milhões. “Hoje, o Brasil é o terceiro maior fornecedor de carne bovina in natura para o mercado norte-americano, consolidando a proteína brasileira como grande parceira na indústria processadora de carnes do país”, disse a Abiec em nota divulgada na segunda-feira (10).
O Brasil elevou em 7,7% o volume de exportações de carne bovina para a União Europeia no semestre, a 39,3 mil toneladas, o maior volume exportado para o bloco desde 2008, quando a obrigatoriedade das Fazendas Traces reduziu as propriedades habilitadas e diminuiu para menos da metade o total de carne bovina in natura embarcada pelo Brasil aos europeus. As exportações para o Canadá, mercado recentemente aberto para a carne in natura do Brasil, somaram 2,5 mil toneladas no primeiro semestre, com faturamento de US$ 10,6 milhões. “Aos poucos as empresas brasileiras entendem melhor as oportunidades de mercado e conseguem ampliar seus negócios”, disse a Abiec. As exportações para a Rússia cresceram 44,7% para 23,5 mil toneladas. A receita com as vendas ao país subiu 40% para US$ 83,6 milhões. A Abiec disse que espera aumento progressivo dos embarques para o México após a abertura de mercado.
“Pretendemos manter a liderança do Brasil nas exportações mundiais em 2023, consolidando a importância da carne bovina brasileira na proporção de 1 para cada 5 quilos comercializados mundialmente”, disse a Abiec.
(Carne Tec)