O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial, caiu 0,08% em junho, primeira queda do ano, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (11).
O valor é 0,31 ponto percentual menor que a taxa de 0,23% registrada em maio. A inflação também teve a menor variação registrada em um mês de junho desde 2017, quando o índice foi de -0,23%. No ano, o IPCA acumula alta de 2,87% e, nos últimos 12 meses, de 3,16%.
Os grupos que mais contribuíram para a deflação foram Alimentação e bebidas (-0,66%) e Transportes (-0,41%). Do outro lado, o grupo Habitação (0,69%) teve maior variação e impacto. “Alimentação e bebidas e Transportes são os grupos mais pesados dentro da cesta de consumo das famílias. Juntos, eles representam cerca de 42% do IPCA. Assim, a queda nos preços desses dois grupos foi o que mais contribuiu para esse resultado de deflação no mês de junho”, explica André Almeida, analista da pesquisa.

 

Itens ficaram mais baratos
No grupo de Alimentação e bebidas, destacam-se as seguintes quedas:
– óleo de soja: -8,96%;
– frutas: -3,38%;
– leite longa vida: -2,68%;
– carnes: -2,10%
“Nos últimos meses, os preços dos grãos, como a soja, caíram. Isso impactou diretamente o preço do óleo de soja e indiretamente os preços das carnes e do leite, por exemplo. Essas commodities são insumos para a ração animal, e um preço mais baixo contribui para reduzir os custos de produção. No caso do leite, há também uma maior oferta no mercado”, explica André.
Já no grupo de Transportes, contribuíram para a deflação o recuo no preço dos automóveis novos (-2,76%), causado pelo programa de descontos do governo federal , e dos automóveis usados (-0,93%). “O subitem automóvel novo foi o de maior impacto individual no mês, com -0,09 ponto percentual. Essa redução nos preços está relacionada ao programa de descontos para compra de veículos novos, lançado em 6 de junho pelo governo federal. Isso pode ter relação também com a queda dos preços dos automóveis usados”, afirma o analista.
Também se destaca o resultado de combustíveis (-1,85%), com as quedas do óleo diesel (-6,68%), do etanol (-5,11%), do gás veicular (-2,77%) e da gasolina (-1,14%). Já a respeito das altas, as passagens aéreas subiram 10,96%, depois de queda de 17,73% em maio.
“Todos os combustíveis pesquisados apresentaram queda. Além disso, a gasolina, é o subitem de maior peso individual no IPCA, com 4,84%. A queda na gasolina, esse mês, teve um impacto de -0,06 ponto percentual no índice”, analisa André.
Preços em alta
Do lado das altas, destacam-se o aumento da energia elétrica residencial (1,43%) e da taxa de água e esgoto (1,69%) no grupo Habitação. Já no grupo Saúde e cuidados pessoais, a alta veio, sobretudo, do preços dos planos de saúde (0,38%), após reajuste autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
(IG Economia)