O montante de crédito rural desembolsado no Plano safra 2022/23, encerrado na última sexta-feira (30), alcançou R$ 344,056 bilhões, aumento de 9% em relação ao ciclo 2021/22, segundo o Ministério da Agricultura. Do total, R$ 204,7 bilhões foram destinados a financiamentos de custeio, alta de 23%, e R$ 90,5 bilhões para linhas de investimentos, queda de 2%. Ainda segundo a pasta, para comercialização foram destinados R$ 33,5 bilhões (-5%) e para industrialização, R$ 15,2 bilhões (-25%). Foram realizados 1.903.436 contratos de julho de 2022 a junho de 2023, sendo 1.376.891 no Pronaf e 204.935 no Pronamp.
De acordo com a Agricultura, os valores contratados pelos pequenos e médios produtores em todas as finalidades (custeio, investimento, comercialização e industrialização) foram, respectivamente, de R$ 52,2 bilhões no Pronaf e de R$ 48,7 bilhões no Pronamp. Os demais produtores formalizaram 321.610 contratos, correspondendo a R$ 243 bilhões de financiamentos contratados nas instituições financeiras.
“O Programa para a Adaptação à Mudança do Clima e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária, conhecido como Programa ABC+, que no atual Plano Safra 2023/2024 mudou de nome para Programa para Financiamento a Sistemas de Produção Agropecuária Sustentáveis (RenovAgro), teve desembolso de R$ 3,75 bilhões. O Programa de Modernização da Agricultura e Conservação dos Recursos Naturais (Moderagro) teve contratações de R$ 1,8 bilhão. Já o Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) somou R$ 2,8 bilhões.”
Ainda conforme a pasta, com relação às fontes de recursos do crédito rural, a participação dos recursos obrigatórios foi de R$ 70,7 bilhões, e a de recursos da poupança rural controlada somou R$ 63,5 bilhões. As duas fontes somam perto de 40% do total do crédito rural. A demanda por recursos não controlados somou R$ 150,4 bilhões, com destaque para os recursos da Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) com R$ 86,8 bilhões, o equivalente a 25% de todos os financiamentos.
A região Sul liderou a contratação de recurso no Plano Safra, com R$ 112 bilhões contratados. O volume é puxado pelo Rio Grande do Sul, que respondeu por 45% das contratações, seguido pelo Paraná, com 40%. O Centro-Oeste contratou R$ 95 bilhões no ano-safra 2022/23, com Mato Grosso e Goiás representando 77% das contratações da região.
Ano civil – No primeiro semestre deste ano, a liberação de crédito rural somou R$ 131 bilhões. O custeio totalizou R$ 76,4 bilhões, enquanto os financiamentos em investimentos alcançaram R$ 30,2 bilhões, a comercialização somou R$ 19,6 bilhões e a industrialização, R$ 4,8 bilhões. Pelo Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), foram liberados R$ 16,9 bilhões no período. Para o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor (Pronamp), foram financiados R$ 14,6 bilhões e para linhas de grandes produtores, R$ 99,5 bilhões.
De acordo com o ministério, os dados foram extraídos do Sistema de Operações do Crédito Rural e do Proagro (Sicor/BCB) do Banco Central, que registra as operações de crédito informadas pelas instituições financeiras autorizadas a operar em crédito rural.
(Estadão)