O confinamento de gado deve se manter praticamente estável em 2023, depois de crescer seis anos consecutivos, segundo o censo divulgado pela dsm-firmenich, dona da marca de nutrição animal Tortuga, nesta quarta-feira (21/6).
O número de animais confinados caiu 20% de 2015 para 2016, mas depois engatou uma sequência de altas. Em 2023, cerca de 7 milhões de animais serão confinados, uma queda de 0,5%. Em relação ao dado de 2015, primeiro ano do Censo de Confinamento da empresa, houve um aumento de 47%. “Não é um ano fácil. Mais uma vez o pecuarista vai ter de produzir com muita eficiência”, avaliou Sergio Schuler, vice-presidente do negócio de ruminantes da dsm-firmenich para a América Latina.
A boa notícia é que a relação entre custo e preço do boi tende a ser mais positiva para os confinadores neste ano. A empresa estima que esses negócios tiveram um prejuízo médio de R$ 49 por cabeça no ano passado. Em 2023, a projeção é de um lucro superior a R$ 400 por animal. Os custos dos principais insumos da atividade (boi magro e ração) e uma queda nas cotações do boi gordo pegaram muitos confinamentos, que não haviam travado seus preços, no contrapé em 2022.
O pesquisador Thiago Carvalho, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, que participa da análise dos indicadores de desempenho do estudo, afirma que os preços do milho cederam apenas na reta final do ano passado, impactando o desempenho dos confinamentos. Ele comentou que confinadores das regiões de Lins (SP), Bocaiúva (MG) e Ji-Paraná (RO) operaram com preços de venda abaixo dos custos. “Cada um teve um problema específico, desde tentar alongar dias de confinamento à espera de preços melhores [o que gerou custos maiores] até a qualidade do boi magro”, disse.
(Globo Rural)