Anos de rápida expansão deixaram a indústria norte-americana de carne suína com excesso de oferta, à medida que a demanda diminui, os custos aumentam e novas regulamentações se aproximam, de acordo com frigoríficos e produtores. Até agora, porém, esse excesso no mercado ainda não se traduziu em preços mais baixos para os consumidores.
Empresas como Smithfield Foods, Tyson Foods e JBS disseram que os lucros da carne suína estão diminuindo, levando algumas companhias do setor a reduzir operações. Em termos financeiros, os criadores de suínos dos Estados Unidos tiveram seu pior início de ano em mais de duas décadas, de acordo com estimativas da Universidade Estadual de Iowa.
As exportações dos EUA atingiram um recorde de 3,31 milhões de toneladas em 2020, segundo dados federais. Em 2022, os volumes de exportação de carne suína dos EUA caíram 10% em relação ao ano anterior, quando a China começou a recompor seus plantéis após o surto de peste suína africana em 2018.
Com menos carne suína dos EUA enviada para o exterior, mais sobra para consumo interno, onde a demanda se estagnou. No atacado, os preços caíram para abaixo de US$ 1,50 a libra-peso em abril, segundo dados federais. Funcionários do setor disseram que o valor de varejo da carne suína, que permaneceu em torno de US$ 5 a libra-peso desde o início de 2022, tem sido alto demais para atrair mais consumidores. Autoridades esperam que os preços no varejo comecem a cair nas próximas semanas e que mais consumidores possam recorrer à carne suína com o aumento dos preços da carne bovina.
Os produtores também estão lutando contra uma recente decisão da Suprema Corte de manter uma lei da Califórnia que estabelece padrões de bem-estar animal para a carne suína vendida no Estado. Os custos de conformidade relacionados à lei, além do mercado desafiador, levarão alguns produtores menores à falência, ressaltou a analista do Rabobank Christine McCracken.
( Dow Jones Newswires)