O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, anunciou há pouco a criação de uma linha em dólar, com taxa fixa de 7,59% ao ano mais variação do câmbio, para financiar a compra de máquinas, equipamentos agrícolas, silos e estruturas de armazenagem, sistemas de energia fotovoltaica e outros equipamentos utilizados pelo setor agropecuário. Mercadante disse que amanhã (18) o banco deve aprovar na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) um empréstimo de US$ 750 milhões junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que deve resultar em uma oferta de crédito, em reais, de R$ 2 bilhões, para produtores rurais com recebíveis em dólar.

“A ideia é fazer um hedge cambial para exportadores. Queremos mais crédito e mais barato, sem pressão para o Tesouro; a taxa que estamos criando é de Selic menos 6 pontos porcentuais”, afirmou Mercadante em evento realizado em Brasília (DF).

Em março, o Broadcast Agro antecipou que a Agricultura e o BNDES estavam em discussões avançadas sobre a criação de uma opção para financiamento de máquinas e equipamentos industriais em dólar, com taxas de 7,5% e 8%, o que, considerando o custo da variação cambial, resultaria em taxa ao redor de 13% ao ano, em linha com os 12,5%/ano atuais do Moderfrota.

Participam do anúncio o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, o assessor especial da Agricultura, Carlos Ernesto Augustin, o diretor financeiro e de crédito digital para MPMEs do BNDES, Alexandre Abreu, o diretor de crédito à infraestrutura ex-ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, e o secretário-executivo adjunto do Ministério da Agricultura, Luiz Rodrigues. Fávaro, que se encontra em Londres, na Inglaterra, para evento do setor, participa do evento de forma virtual.

A nova linha anunciada pelo BNDES terá carência de 24 meses e prazo de 120 meses para o pagamento. Mercadante disse que há um caminho “muito promissor” para a agricultura brasileiro, mas enfatizou que os recursos estrangeiros estão voltando ao Brasil em virtude do compromisso do banco com o fim do desmatamento. “Essa (a linha) é uma forma de demonstrar ao agro que é preciso combater o desmatamento. As linhas estão voltando para o Brasil com o compromisso de fim do desmatamento. Quem está desmatando não terá acesso a linhas, e quem desmatar após ter linha pagará multa”, afirmou.

(Broadcast Agro)