O Ministério da Agricultura informou há pouco que o caso isolado de encefalopatia espongiforme bovina (EEB), o mal da vaca louca, registrado no Pará em fevereiro foi confirmado como atípico. O laudo foi fornecido pelo laboratório de referência da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), que fica em Alberta, no Canadá. Isso significa que a doença detectada em um animal de nove anos no município de Marabá surgiu de forma espontânea no organismo do animal, sem risco de disseminação no rebanho nem ao ser humano.
O caso foi identificado em 22 de fevereiro, quando o ministério notificou a OMSA sobre a confirmação da doença. Na ocasião, as exportações de carne bovina brasileira para a China foram imediatamente suspensas pelo Ministério da Agricultura de forma voluntária, como prevê o protocolo estabelecido entre os países.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, já comunicou o resultado atípico da amostra ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), segundo nota da pasta. A inserção das informações no sistema para a comunicação oficial à OMSA e às autoridades chinesas também já foi iniciada. De acordo com o ministério, assim que concluído o processo, será marcada uma reunião virtual entre o governo brasileiro e as autoridades chinesas para tratar do levantamento da suspensão das exportações da proteína bovina brasileira ao país asiático.
“Por se tratar de caso atípico, ou seja, ocorrido por causas naturais em um único animal de 9 anos de idade e com todas as providências sanitárias adotadas prontamente, o Ministério da Agricultura e Pecuária está adotando imediatamente as providências, de acordo com os protocolos sanitários, para que as exportações da carne bovina brasileira sejam restabelecidas o mais breve possível”, diz o comunicado do ministério.
Conforme o Broadcast Agro mostrou ontem, a China sinalizou ao governo brasileiro nesta semana que pode dispensar o envio de uma delegação técnica do Brasil ao país asiático para reabrir as exportações de carne bovina brasileira com o caso sendo confirmado como atípico. As autoridades sanitárias chinesas afirmaram ao governo brasileiro que têm interesse na rápida retomada dos embarques. A expectativa do governo é reabrir o mercado antes da viagem de Lula à China, prevista para o dia 27. A China é o principal destino das exportações da carne bovina brasileira, representando mais da metade dos embarques.
Além da China, Tailândia, Irã e Jordânia também suspenderam temporariamente as importações da proteína brasileira. A Rússia embargou as compras de carne bovina exportadas pelo Estado do Pará. No Estado, há apenas uma planta frigorífica habilitada no Serviço de Inspeção Federal (SIF) para exportar para a Rússia, segundo o ministério.