A China deve buscar no Brasil uma quantidade substancial de milho para importação, visto que o cereal que foi aprovado para embarque no fim do ano passado começou a chegar no mercado chinês com preços competitivos ao relação à produção do país asiático, disse o adido do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) em Pequim em relatório.
O adido prevê importações totais de milho em 18 milhões de toneladas pela China em 2022/23.
Segundo ele, os chineses atualmente detêm contratos de 3,7 milhões de toneladas do cereal com os EUA para entrega em 2022/23, 70% a menos que no mesmo período do ano passado. O cenário acirra a concorrência entre norte-americanos e brasileiros.
“Com a chegada do primeiro navio de milho brasileiro no início de janeiro de 2023, a China provavelmente recorrerá ao Brasil para uma quantidade substancial de suas importações de milho”, afirmou o adido.
Ele ressaltou que o Brasil deve ter capacidade total para exportar entre 40 milhões e 50 milhões de toneladas de milho no ciclo de 2022/23 e que a China concordou em fazer um acordo fitossanitário com os brasileiros para permitir a entrada do cereal, em parte, para reduzir a dependência do fornecimento dos EUA e substituir os suprimentos da Ucrânia, que foram cortados durante a guerra.
“Em outubro, a China aprovou mais de 130 instalações brasileiras para exportação. Fontes da indústria relataram que cerca de 2 milhões de toneladas de milho brasileiro deveriam embarcar para a China a partir de 4 de novembro de 2022”, afirmou o adido.
“De acordo com contatos da indústria, mais de 900.000 toneladas foram carregadas em meados de dezembro e estavam a caminho com embarques adicionais esperados nos primeiros meses de 2023.”
O Brasil deve exportar 5,20 milhões de toneladas de milho em janeiro, recorde para o primeiro mês do ano, com uma demanda adicional da China, segundo dados da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).
A China foi destino de 1,165 milhão de toneladas de milho do Brasil em 2022, com quase a totalidade embarcada em dezembro, o que representou 18% do total exportado pelo país no mês passado, após os chineses realizarem compras diante da confirmação da liberação de seu mercado ao cereal brasileiro.
(Reuters)