O presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta terça-feira que a Rússia precisa manter reservas alimentares estáveis, se necessário restringindo algumas exportações, mas não forneceu detalhes específicos.
Não ficou claro se Putin estava sugerindo que a Rússia, que cortou o fornecimento de gás para alguns dos países que considera “hostis” desde sua invasão à Ucrânia, poderia limitar as exportações de produtos alimentícios importantes, como grãos, dos quais grande parte do mundo depende.
Em comentários televisionados durante uma reunião sobre questões econômicas organizada pelo primeiro-ministro Mikhail Mishustin, Putin disse que o agronegócio tinha dado uma contribuição significativa para a resiliência da economia russa.
“Devemos, naturalmente, permitir que este setor funcione”, disse Putin. “Para ter lucro, para que eles possam investir no resultado da safra de 2023… no processamento, na criação de animais”.
“Não podemos permitir que tudo seja levado para o exterior. Apesar de todas as restrições de logística de frete, de seguro — não importa, tudo isso irá para fora. Já está indo”, acrescentou.
Putin também disse que ninguém poderia prever com precisão a produção agrícola da Rússia para 2023, citando o clima quente inesperado na Europa e as geadas na Ásia Central.
“É por isso que precisamos absolutamente de reservas estáveis”, disse. “Absolutamente”
A Rússia cortou o gás para países da Europa que se recusaram a mudar os pagamentos para rublos após a imposição de sanções econômicas e financeiras pelo Ocidente em resposta à invasão de Moscou na Ucrânia.
Moscou também disse que se recusará a fornecer petróleo a qualquer cliente respeitando um teto de preço ocidental, acusando o Ocidente de travar uma guerra econômica contra a Rússia.
A Rússia também reclamou repetidamente que suas tentativas de exportar fertilizantes –também necessários por muitos países para aumentar a produção agrícola– estão sendo frustradas pelo Ocidente, mesmo ao permitir que a Ucrânia exporte uma certa quantidade de grãos de seus portos bloqueados do Mar Negro.
(Reuters)