O Ministério da Agricultura e Pecuária vai buscar reforço para o quadro técnico administrativo da pasta junto à Casa Civil em virtude da estrutura mais enxuta da área. As articulações devem ser lideradas pelo ministro Carlos Fávaro e pelo secretário executivo da pasta, Irajá Lacerda, e devem ganhar força nos próximos dias, informaram fontes da pasta ao Broadcast Agro . “Vamos buscar dialogar com a Casa Civil e, provavelmente, também contar com o apoio da bancada ruralista na articulação”, disse um interlocutor.
A avaliação de técnicos da pasta é de que é “inviável” o ministério continuar as atividades com a redução de 30% na estrutura. O corte decorre do desmembramento das funções da Agricultura para três ministérios – Agricultura e Pecuária, Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e Pesca e Aquicultura. Conforme o Decreto 11.332/2023 de reestruturação do governo, que entra em vigor em 24 de janeiro, o número total de cargos em comissão e funções de confiança diminuiu de 2.091 para 1.473. Dos 618 cargos retirados da Agricultura, 311 foram remanejados para o MDA, 191 para a Pesca e outros 116 extintos.
Em algumas áreas da Agricultura, a situação é mais crítica, como a da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais, onde o corte de pessoal foi de cerca de 50% em relação ao quadro de 2022. A Consultoria Jurídica da pasta foi reduzida em dois terços, de 90 cargos para 30. A área da comunicação é outra citada pelas fontes como “prejudicada” pela reestruturação, assim como a da Defesa, que sofreu rebaixamento em algumas funções. As assessorias diretas ao ministro Carlos Fávaro também foram diminuídas e os salários reduzidos. “A situação preocupa. Há cargos com salários muito baixos para tamanha responsabilidade, o que não atrai pessoas de mercado”, resume outra fonte da equipe do ministro.
Um relatório completo sobre o quadro em cada área da pasta está sendo desenvolvido pela Secretaria-Executiva do ministério, o qual deve ser apresentado à Casa Civil.