O abate de bovinos do Uruguai no final de 2022 diminuiu 8,6% (menos 228 mil bovinos) com relação ao ano anterior, atingindo 2.410.501 cabeças, contra 2.638.301 cabeças abatidas em 2021, segundo dados do Instituto Nacional de Carnes (INAC).
Apesar da queda, o número de abates manteve-se acima das médias históricas de 2,4 milhões de cabeças. Conforme esperado, o volume de novilhos abatidos caiu 6,1%, com maior presença de categorias jovens, reafirmando a tendência de qualidade da carne e o compromisso de promover o abate de bovinos com dentição incompleta e confirma as mudanças produtivas. Os novilhos com dois a quatro dentes representaram 2,7% do total, abrangendo 706.687 cabeças. Houve queda significativa nos novilhos com 6 e 8 dentes (13,8% e 23,6%, respectivamente).
A taxa de abate manteve-se forte ao longo dos dois primeiros trimestres de 2022, até começar a cair em junho, mantendo essa queda no terceiro e quarto trimestres, devido às menores compras na China, principal destino da carne bovina e dos miúdos.
A carne bovina foi o produto mais exportado em valor no final de 2022, tendo a China como principal mercado. O volume exportado caiu 9%, mas os preços subiram 15%, segundo o relatório de fechamento das exportações de 2022, publicado pelo Uruguai XXI. No geral, as exportações de carne bovina cresceram 5% no final do ano passado e renderam US$ 2,557 milhões. A China representou 58% do volume exportado pelo Uruguai (US$ 1,475 milhão) e voltou a se firmar como o principal destino desse produto, segundo dados do INAC e Uruguai XXI. O gigante asiático baixou as compras em 2% com relação ao ano anterior, devido às restrições impostas pela sua política de Covid-19 zero, que afetou diretamente os consumidores do gigante asiático.
Os outros dois mercados significativos foram a União Europeia e os Estados Unidos, com participações de 12% e 14%, respetivamente. No caso do primeiro, é um mercado de alto valor, pois vão os cortes mais valiosos da carne bovina (lombos, bifes e alcatra) e para o restante, basicamente carne desossada é enviada para a indústria.
A carne desossada congelada teve uma participação no total exportado de 72%, registrando um aumento de 5% em relação a 2021, segundo análise do Uruguay XXI. A carne resfriada desossada, com participação no total de 17%, registrou aumento de 9% em relação a 2021. Por sua vez, a China também começa a ser importante para outros produtos (subprodutos do abate), como ossos congelados.
O crescimento do abate de gado confinado foi de 13% no final de 2022 com relação ao ano anterior, segundo dados do INAC. O crescimento é sustentado por um aumento de 19% no volume de novilhos e uma queda de 13% no número de novilhas. Seria superior a 350.000 cabeças por ano segundo dados do INAC.
(BeefPoint)