A bacia do rio Colorado, atingida pela seca, dominou as manchetes este ano, mas outra crise hídrica que se aproxima mais a leste dos EUA ameaça interromper a cadeia de abastecimento de alimentos na América do Norte, alerta um novo relatório da Morningstar Sustainalytics e do The Water Council. O Aquífero Ogallala nas Grandes Planícies – a ampla extensão de planícies a oeste do rio Mississippi e a leste das Montanhas Rochosas – que é a principal fonte de água para a agricultura no Meio-Oeste, também é um dos locais mais estressados: pesquisadores estimam que sua porção sul ficará sem água nas próximas três décadas e que levará mais de 6 mil anos para reabastecê-lo por meio das chuvas.
Os autores avaliaram 114 empresas da indústria de alimentos embalados, 22 das quais têm operação nos EUA, e descobriram que todas elas experimentam riscos relacionados à água de diversas maneiras, desde operações diretas até cadeias de suprimentos. Várias empresas norte-americanas têm operações na região das Grandes Planícies, como General Mills e a Tyson Foods. No entanto, eles consideraram que ambas vêm lidando com o problema de forma considerada positiva.
“Ambas estão lidando com os riscos relacionados à água melhor do que seus pares”, destacaram. “O gerenciamento de riscos da água da General Mills em suas operações diretas, bem como em sua cadeia de suprimentos, é considerado forte. A Tyson Foods também teve um desempenho melhor do que seus pares, embora ligeiramente inferior quando comparado ao General Mills.”
A líder da iniciativa de gerenciamento de água da General Mills, Margot Conover, disse que a empresa está “focada em melhorar os recursos hídricos em regiões-chave, como as Grandes Planícies, de onde obtemos nossos ingredientes”. Uma das maneiras de fazer isso é por meio de parcerias com agricultores e organizações locais nas Grandes Planícies “para dar vida aos princípios da agricultura regenerativa e criar resultados positivos que beneficiam as pessoas e nosso planeta”, disse Conover.
As Grandes Planícies são conhecidas como o ‘celeiro’ da América, pois produzem um quarto de todas as colheitas nos EUA, incluindo commodities como trigo, milho, sorgo, alfafa e algodão, que valem cerca de US$ 35 bilhões por ano, afirmaram os autores.