Um acordo que visa diminuir a escassez global de alimentos ao facilitar as exportações agrícolas da Ucrânia a partir de seus portos no Mar Negro foi prorrogado por 120 dias nesta quinta-feira.
O acordo, inicialmente alcançado em julho, criou um corredor de trânsito marítimo protegido e foi projetado para aliviar a escassez mundial de alimentos, permitindo a retomada das exportações em três portos na Ucrânia, uma grande produtora de grãos e oleaginosas.
“Saúdo o acordo de todas as partes para continuar a iniciativa de grãos do Mar Negro para facilitar a navegação segura de exportação de grãos, alimentos e fertilizantes da Ucrânia”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, em comunicado nesta quinta-feira.
Guterres afirmou que a ONU também está “totalmente comprometida em remover os obstáculos restantes à exportação de alimentos e fertilizantes da Federação Russa” – uma parte do acordo que Moscou considera crítica.
A exportação de amônia russa por meio de um gasoduto para o Mar Negro ainda não foi acertada como parte da renovação, disse à Reuters uma fonte familiarizada com as discussões.
“A renovação da iniciativa de grãos do Mar Negro é uma boa notícia para a segurança alimentar global e para o mundo em desenvolvimento”, disse Rebeca Grynspan, secretária-geral da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, no Twitter.
“Resolver a crise dos fertilizantes precisa vir a seguir”, acrescentou ela.
A extensão de 120 dias foi menor do que o prazo de um ano buscado pelas Nações Unidas e pela Ucrânia.
Uma queda nas remessas da Ucrânia após a invasão da Rússia em fevereiro desempenhou um papel importante na crise global dos preços dos alimentos deste ano, mas também houve outros fatores importantes, incluindo a pandemia de Covid-19 e choques climáticos contínuos, como secas na Argentina e nos Estados Unidos.
Desde julho, cerca de 11,1 milhões de toneladas de produtos agrícolas foram embarcadas sob o acordo de grãos, incluindo 4,5 milhões de toneladas de milho e 3,2 milhões de toneladas de trigo.
(Reuters)