A Convenção das Nações Unidas para a Luta contra a Desertificação (UNCCD, sigla em inglês) e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) trabalharão juntos para dar prioridade à proteção aos solos em políticas públicas. Foi o que acordaram a Secretaria Executiva Adjunta da UNCCD, Andrea Meza Murillo, e o diretor geral do IICA, Manuel Otero, que se reuniram em Sharm el-Sheik, Egito, no âmbito da 27ª Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-27).
Conforme comunicado do IICA, espera-se que a Cúpula no Egito adote medidas essenciais para o enfrentamento da emergência climática, que incluem desde a redução urgente das emissões de gases de efeito estufa, o fortalecimento da resiliência às consequências inevitáveis da mudança do clima até o cumprimento dos compromissos de financiamento da ação climática nos países em desenvolvimento.
Na reunião, Meza detalhou a Otero a agenda da UNCCD, que trabalha para promover respostas globais à desertificação e à seca e que inclui “não apenas o trabalho nos desertos, mas ainda decisões associadas ao planejamento do território ou de posse da terra”, observou a também presente ex-ministra de Ambiente e Energia da Costa Rica.
No intercâmbio de informações, realizado no pavilhão Casa da Agricultura Sustentável das Américas, Meza indicou a Otero que a UNCCD trabalha com o enfoque de que a restauração dos solos parte do reconhecimento do setor agropecuário e da transformação dos sistemas alimentares, e que tem por objetivo fomentar sinergias, aumentando sua exposição e seus impactos na América Latina.
Otero, por sua vez, informou a Meza sobre os alcances e os resultados de “Solos Vivos das Américas”, iniciativa de restauração que articula esforços públicos e privados no combate à degradação dos solos, fenômeno que ameaça solapar a capacidade dos países de atender de maneira sustentável à demanda de alimentos.
Brasil, Canadá, Chile, El Salvador, Paraguai e Uruguai, além da Bayer, da Syngenta e da PepsiCo – estas, importantes empresas privadas vinculadas à indústria agroalimentar – fazem parte do programa, que firmou parceria com a Coalizão de Ação para a Saúde dos Solos (CA4SH), que reúne atores dos setores público e privado com vistas a melhorar a saúde dos solos por meio da implementação e do monitoramento das políticas e das barreiras de investimento público e privado que limitam os agricultores na adoção de práticas benéficas para os solos.