Os produtores de soja do Rio Grande do Sul deram início ao plantio da safra 2022/23 com cautela, em atenção às condições climáticas do Estado e aos riscos de seca pelo fenômeno La Niña, disse nesta quinta-feira a empresa de assistência técnica e extensão rural Emater-RS.
A companhia ligada ao governo estadual não detalhou o percentual médio plantado, mas citou regiões como Ijuí, onde a semeadura estaria em 0,1% da área projetada.
“O início de semeadura ocorreu de forma muito parcimoniosa por fatores relacionados às condições climáticas. O primeiro fator é a espera da elevação das temperaturas para melhor germinação, e o segundo é a previsão de ocorrência do fenômeno La Niña, que remete à possibilidade de redução de chuvas até meados de janeiro”, afirmou a Emater em relatório.
As semeaduras precoces podem implicar em florescimento ao longo do mês de dezembro, com risco de prejuízo ao potencial produtivo no caso de uma eventual insuficiência de chuvas.
No caso do milho verão, o plantio avançou quatro pontos percentuais na semana, para 70% das áreas, em linha com o mesmo período do ano passado e à frente da média histórica de 62%.
“A semeadura permaneceu em ritmo lento em função de maior umidade ao norte do Estado e por insuficiência ao sul”, pontuou.
Nas regiões de trigo, a Emater disse que as condições do clima entre os dias 10 e 16 deste mês foram muito distintas, com um cenário semelhante ao das áreas de milho.
“Ao norte, a maior umidade do ar e nos solos não ocasionou danos até o momento. Ao sul, algumas lavouras demonstram sintomas de estresse, com a umidade abaixo do ideal. Contudo, os cultivos mantiveram o potencial produtivo elevado.”
A colheita de trigo está atrasada e aumentou somente um ponto na semana, para 5%. Um ano antes, este número era de 12%, enquanto a média histórica chega a 24%.
(Reuters)