Gustavo Machado é consultor de mercado pela Agrifatto

 

Os dados recentes dos abates trimestrais de bovinos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registraram avanço de 4,37% em relação ao mesmo período de 2017.

A ampliação entre o 1º trimestre de 2018 ante 2017 foi de 4,37%, passando de 7,39 para 7,72 milhões de cabeças. Praticamente a mesma proporção observada no 1º semestre de 2015, com 7,74 milhões de animais abatidos (diferença de 0,25%)

 

Entretanto, os dados de emprego do setor frigorífico, combinados a outros indicadores de importância, ampliam o número da Agrifatto para um aumento de 5,53%, o que vem em linha com a capacidade de abate aumentada e promovida pela reabertura de plantas frigoríficas.

Vale destacar ainda que o mercado pecuário iniciou 2018 com expectativa positiva de aquecimento do consumo ao longo do ano, tendência que não se confirmou na mesma medida, mas que tem suporte por parte das exportações.

Nesse sentido, a expectativa é positiva para o médio prazo, já que além da sazonalidade da demanda e menor disponibilidade de bovinos terminados, as eleições presidências no segundo semestre, que injetam pontualmente maior volume de dinheiro na economia, pode favorecer o escoamento de carne.

Ademais, o câmbio fortalecido deve auxiliar no volume de exportação, que sazonalmente também se amplia no segundo semestre.

Para os dados de abate no 2º trimestre, a expectativa é de números menores, devido especialmente a paralisação dos caminhoneiros na segunda metade de maio.

O IBGE também divulgou o peso total das carcaças dos animais abatidos, com recuo em relação ao final de 2017, em resposta a um menor volume de abates e ainda a maior participação de fêmeas após a estação de monta.

Vale destacar ainda, que os três primeiros meses deste ano vieram com números acima do registrado no mesmo período de 2017, indicando continuidade de investimentos em sistemas de engorda.

A variação positiva mais expressiva se registrou em janeiro/18, com o peso total subindo 7,6% frente ao mesmo mês em 2017.

Por fim, considerando a média ponderada que relaciona o número de animais abatidos de cada categoria, observa-se incremento dos pesos dos animais de forma contínua desde 2005, comprovando novamente a ampliação do uso de tecnologias intensivas de engorda (gráfico 4).

A tendência comprime o tempo do ciclo pecuário, enquanto torna cada vez mais relevante para o setor a terminação dos animais em menor tempo.