A valorização do dólar e a queda da produção nacional de sal mineral e ureia elevaram os preços desses insumos neste ano, afirma o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) em relatório antecipado ao Broadcast Agro. Ureia e sal mineral são usados na suplementação alimentar de bovinos de corte e de leite. Do início do ano até maio, o preço médio do sal subiu 6%, enquanto o da ureia avançou 5%.
“Em março, a Petrobras anunciou o fechamento de duas fábricas que produzem ureia e, dessa forma, o setor tende a ficar dependente das importações e, consequentemente, das variações do dólar”, diz o Cepea. No dia 20 de março, a estatal anunciou que desligaria as duas unidades de fertilizantes – em Sergipe e na Bahia, as Fafens – até encontrar um comprador, após as fábricas registrarem prejuízo de R$ 800 milhões em 2017.
No acumulado deste ano (de janeiro a maio), o volume importado de ureia foi de 18,6 mil toneladas. Apesar de o volume ter sido um pouco inferior ao de igual período de 2017 (em -4,4%), o gasto foi 8,6% maior, devido ao aumento do câmbio nesse período, de 13%. No caso do fosfato, a matéria-prima utilizada para o sal mineral, foram importadas 258,8 toneladas de fosfato, por US$ 109,2 mil, elevações de 28% e de 21%, respectivamente, em relação aos cinco primeiros meses de 2017. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Suplementos Minerais (Asbram), essas fábricas são responsáveis pela produção de cerca 95% da ureia usada na pecuária – diferente da ureia agrícola.
Segundo pesquisas do Cepea, a suplementação mineral representa 25,2% dos Custos Operacionais Efetivos (COE) do sistema de cria e 18,8% do recria-engorda. “A partir de maio, com o início da entressafra, esse custo começa a pesar mais no bolso do pecuarista, devido à diminuição nutricional das pastagens e, então, à maior necessidade de suplementar o animal”, diz o Cepea.