Os preços dos grãos caíram na segunda-feira depois que um navio deixou um porto ucraniano com um carregamento de milho pela primeira vez desde que um acordo mediado pela ONU entrou em vigor no mês passado.
O Razoni, com bandeira de Serra Leoa, saiu do porto de Odesa transportando 26.000 toneladas de milho com destino ao porto libanês de Trípoli. Sob os termos do acordo, ele terá que parar para inspeção em águas turcas antes de seguir para seu destino final.
Os desenvolvimentos aumentam a esperança de que uma crise alimentar iminente em muitas partes do mundo emergente – que dependem da Ucrânia e da Rússia para grande parte de seu suprimento de grãos e, consequentemente, para sua segurança alimentar geral – possa ser evitada. A Ucrânia não conseguiu exportar grandes estoques de trigo, milho, sementes de girassol e óleo, entre outros produtos, devido ao bloqueio russo em seus portos desde fevereiro. Andrey Sizov, analista de commodities agrícolas do Mar Negro, citou o gabinete do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky dizendo que 15 outros navios estavam esperando para deixar Odesa na segunda-feira.
Um pequeno volume de grãos ucranianos teria chegado aos mercados mundiais depois de ser roubado pelas forças russas que ocupavam portos no leste da Ucrânia.
A Ucrânia e a Rússia foram responsáveis ​​por mais de um quarto das exportações mundiais de trigo no ano passado e, embora países como o Egito tenham conseguido compensar um déficit este ano comprando de outros países como a França, eles o fizeram a preços muito mais altos, colocando pressão sobre seu balanço de pagamentos.
Sob os termos do acordo, a Rússia concordou em não atacar portos ou navios enquanto eles estão carregando, descarregando, se aproximando ou partindo. No entanto, dúvidas sobre a validade do acordo foram levantadas quando mísseis russos atingiram Odesa poucos dias após a assinatura do acordo.
As autoridades russas primeiro negaram o ataque, depois alegaram que tinham como alvo apenas um alvo militar.
A cotação do trigo futuros, que caíram quase 40% em relação ao pico de maio, com o recuo do choque inicial nos mercados mundiais de alimentos, caíam outros 2,23% a US$ 789/celemim, às 09h47, enquanto o milho futuros recuava 2,7% a US$ 601,88/celemim.
(Investing.com)