Os contratos futuros de petróleo recuaram, nesta quarta-feira, 6. A commodity chegou a mostrar recuperação modesta, após forte perda na sessão anterior, mas sem impulso, com dúvidas sobre a demanda futura diante dos riscos de recessão global.
O petróleo WTI para agosto fechou em queda de 0,97% (-US$ 0,97), em US$ 98,53 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para setembro caiu 2,02% (-US$ 2,08), a US$ 100,69 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
A força do dólar também colaborou para pressionar o petróleo, que neste caso fica mais caro para os detentores de outras moedas. Além disso, a perda de fôlego econômica global influencia as perspectivas para a demanda. Segundo a High Frequency Economics, a forte queda recente nos preços reflete temores de uma recessão por parte de operadores. O Julius Baer, por sua vez, afirma que o sentimento pode continuar a pressionar os contratos. Para esse banco, qualquer deterioração inesperada na economia “irá apenas acelerar o movimento para baixo” do óleo. O Julius Baer afirma que há mais risco de baixa para os preços, no quadro atual.
Em linha similar, o Swissquote Bank afirma que a marca de US$ 100 o barril do Brent é um ponto de resistência para o contrato – ele chegou a perder esse piso em parte do dia de hoje. Segundo o banco, o sentimento no mercado mudou de um foco para riscos na oferta a um de “potencialmente pouca demanda”. A notícia de que Xangai voltava a fazer testes contra a covid-19 também estava no radar, segundo o Swissquote.
Após a publicação da ata da reunião mais recente de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), o petróleo chegou a reduzir perdas, mas em movimento pontual. O Fed ressaltou riscos no quadro, como a guerra na Ucrânia e os lockdowns para conter a covid-19 na China. Ainda no noticiário, o Tesouro americano anunciou a imposição de novas sanções contra companhias e indivíduos ligados à indústria petrolífera do Irã e de Belarus.
(Estadão Conteúdo)