Apesar do alívio no exterior, as incertezas domésticas prevaleceram e fizeram o dólar voltar a subir. A bolsa de valores fechou com ganhos após três quedas consecutivas, mas fechou a semana em baixa.
O dólar comercial encerrou esta sexta-feira (24) vendido a R$ 5,253, com alta de R$ 0,023 (+0,44%). A cotação chegou a operar em queda durante a manhã. À tarde ficou estável, mas passou a subir nas duas horas finais de negociação.
A moeda norte-americana está no nível mais alto desde 8 de fevereiro, cerca de duas semanas antes do início da guerra entre Rússia e Ucrânia. O dólar subiu pela quarta semana consecutiva, acumulando alta de 10,52% apenas em junho. Em 2022, a divisa caiu 5,77%.
O mercado de ações teve um dia menos tenso. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 98.672 pontos, com alta de 0,6%, influenciado pela alta nas bolsas norte-americanas e pela recuperação do preço de diversas commodities (bens primários com cotação internacional). Mesmo com a recuperação de hoje, o Ibovespa acumula a quarta semana de queda.
Desde o início de abril, quando chegou a R$ 4,60, o dólar subiu 14%, motivado principalmente pelos temores de que o Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) aumente os juros básicos dos Estados Unidos além do previsto para segurar a inflação, que está no maior nível desde 1981 na maior economia do planeta.
No entanto, nesta sexta-feira, os investidores reagiram às negociações para ampliar o Auxílio Brasil para R$ 600, para ajudar caminhoneiros e para aumentar o Auxílio Gás. Hoje, o senador Fernando Bezerra (MDB-PE), relator da proposta de emenda à Constituição (PEC) dos Combustíveis, estimou em R$ 21,6 bilhões fora do teto de gastos até o fim do ano o impacto da elevação do Auxílio Brasil. O mercado teme o impacto da medida sobre as contas públicas.