Levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT), mostrou que 87% dos pecuaristas do Estado consideram que a tecnologia auxilia na engorda do animal, sendo o melhoramento genético e balanças eletrônicas as principais ferramentas de auxílio. Além disso, 82% utilizam smartphones para realizar comercialização de bovinos e 19% fazem uso de algum aplicativo ou software na propriedade.
O Estudo ‘Perfil do Pecuarista Mato-grossense na Era Digital’ ouviu 409 pecuaristas de 93 dos 141 municípios de Mato Grosso. Juntos, os pecuaristas participantes representam 356 mil cabeças de gado, 1,09% do rebanho total do estado. A faixa etária média dos pecuaristas que responderam à pesquisa está entre 46 e 65 anos, 45% com ensino superior.
Segundo a coordenadora do projeto, Vanessa Gasch, a tecnologia vai auxiliar o pecuarista a se manter competitivo no mercado. “O maior desafio do pecuarista é aumentar a produtividade em uma menor área. Essa necessidade influencia nesse movimento de adoção de novas tecnologias”, afirmou em nota. Já o superintendente do Imea, Cleiton Gauer, comentou que esses são alguns dos sinais sobre essa mudança de mentalidade do pecuarista mato-grossense. “É uma quebra de paradigma. O pecuarista está nesse movimento para o uso de ferramentas tecnológicas que podem ser de gestão da propriedade, investimentos em manejo e pastagem, implantação de IATF, entre outros”.
Conectividade – O estudo também trouxe dados em relação à conexão de internet na zona rural e apontou uma disparidade entre as regiões mato-grossenses. Enquanto no médio-norte, 86% dos pecuaristas revelaram que possuem algum tipo de conexão, na região norte, esse número cai para 55%. Na média estadual, 71% possuem internet, a maioria apenas na sede da propriedade e via conexão de rádio (64%). Apenas 10% é via 4G.
O levantamento foi realizado entre os meses de setembro e outubro de 2021 e mostra também que 8% das propriedades não possuem curral e 40% não têm balança nem bebedouro. Mais de 58% das propriedades são menores ou iguais a 500 hectares e 52% delas possuem rebanho entre 151 e 1 mil cabeças de gado.
A pesquisa destacou, ainda, que em relação a forma de identificação dos animais, apenas 6% usam chips eletrônicos, sendo que 18% dos pecuaristas não utilizam nenhum controle de manejo bovino. “A falta de controle é um ponto de atenção que pode impactar na gestão da propriedade”, destaca Gauer.