O mercado financeiro teve mais um dia tenso à espera das decisões sobre os juros básicos no Brasil e nos Estados Unidos. O dólar subiu pela sétima vez seguida e alcançou o maior valor em pouco mais de um mês. A bolsa de valores teve a oitava queda consecutiva e atingiu o menor nível desde o início do ano.
O dólar comercial encerrou esta terça-feira (14) vendido a R$ 5,134, com alta de R$ 0,019 (+0,38%). A cotação chegou a operar em queda durante a manhã, mas firmou a tendência de alta após a abertura do mercado nos Estados Unidos.
A moeda norte-americana está no maior nível desde 12 de maio, quando encerrou a R$ 5,14. A divisa subiu 8,02% em junho, mas acumula queda de 7,93% em 2022.
No mercado de ações, o dia também foi marcado pelo nervosismo. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 102.603 pontos, com recuo de 0,52%. O indicador chegou a operar em alta no início das negociações, mas inverteu o movimento ainda durante a manhã. A bolsa está no menor nível desde 10 de janeiro, quando estava em torno dos 101 mil pontos.
Apesar da queda do Ibovespa, as ações da Eletrobras subiram, após a estreia da empresa privatizada na bolsa de valores. Os papéis ordinários (com direito a voto em assembleia de acionistas) subiram 3,37%. Os papéis preferenciais (com preferência na distribuição de dividendos) valorizaram-se 2,36%.
Como nos últimos dias, o mercado financeiro agiu em compasso de espera. Amanhã (15), tanto o Banco Central do Brasil como o Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) divulgam as novas taxas de juros. No Brasil, espera-se que o Comitê de Política Monetária (Copom) aumente a taxa Selic (juros básicos da economia) em 0,5 ponto percentual, para 13,25% ao ano.
O que vem causando turbulência no mercado financeiro é o futuro das taxas básicas nos Estados Unidos. Com a inflação na maior economia do planeta em 8,6% nos últimos 12 meses, no maior nível em 41 anos, os investidores temem que o Fed aperte os cintos e eleve os juros em 0,75 ponto percentual, para uma faixa entre 1,5% e 1,75% ao ano. Taxas mais altas em economias avançadas provocam fuga de capitais de países emergentes, como o Brasil.