O programa Milho + SP, lançado ontem (28) na Agrishow, pretende elevar a produção do grão no Estado de São Paulo dos atuais 3,3 milhões de toneladas para 11 milhões de toneladas até 2030. O programa é do governo de São Paulo em parceria com a Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho) e as empresas Corteva Agriscience, Valtra, marca do Grupo AGCO, e Yara. A área plantada no Estado aumentaria em 1 milhão de hectares no período, o que representa cerca de 7% da área agricultável no Estado, e chegaria a um total de aproximadamente 2 milhões de hectares – somando as safras de verão e de inverno. O projeto tende a alcançar 100 mil produtores, dos quais 30% já plantam milho e teriam melhora na produtividade, enquanto o restante trabalha hoje com outras culturas.
O diretor do Centro de Produção Ataliba Leonel, Fernando Alves dos Santos, informou que hoje o Estado consome 8,9 milhões de toneladas de milho por ano, quase três vezes mais que a produção atual. “Por causa dessa diferença, hoje nós dependemos de outros Estados, e em momentos quando a exportação de milho é interessante ela acaba competindo com a nossa demanda interna”, disse. Por isso, a necessidade de estimular a produção no Estado, acrescentou.
A área extra viria, em boa parte, de locais em que hoje se planta cana-de-açúcar, que hoje representa 5,4 milhões de hectares em São Paulo. “Se pegarmos a taxa de rotação de 1 para 5, conseguimos o milhão de hectares da nossa meta”, afirmou Santos.
Para incentivar os produtores, a intenção é criar um ecossistema que inclui ajuda agronômica, educação e treinamento, adoção de novas tecnologias, disponibilidade de crédito, inovação tecnológica e a chegada de indústrias no Estado. Conforme estudo realizado para o programa, as cinco regiões consideradas mais interessantes para o milho são Assis, Araçatuba, Marília, São José do Rio Preto e Presidente Prudente. “Essas regiões serão prioridade, mas o trabalho não é engessado”, diz Alves. “Este é o início do programa e, com o decorrer do tempo, aumentaremos para outras áreas.”
O diretor Financeiro da Abramilho, Paulo Bertolini, que participou da apresentação, afirmou: “Na nossa estimativa, em cinco a dez anos, o Brasil deve produzir mais milho do que soja, e São Paulo vai ajudar para que isso aconteça.”