Os juros altos no Brasil seguraram as tensões no mercado externo e fizeram o dólar cair pela terceira vez seguida. A bolsa de valores teve um dia mais tenso e voltou a fechar em baixa, influenciada pelas bolsas norte-americanas perto do fim das negociações.
O dólar comercial encerrou esta terça-feira (12) vendido a R$ 4,677, com queda de R$ 0,014 (-0,29%). A cotação começou o dia em forte baixa, chegando a cair para R$ 4,62 na mínima da sessão, por volta das 10h, mas o ritmo de queda diminuiu após a abertura do mercado norte-americano.
Com o desempenho de hoje, o dólar acumula baixa de 1,76%. Em 2022, a divisa recua 16,12%.
O mercado de ações teve um dia mais pessimista. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 116.147 pontos, com queda de 0,69%. O indicador abriu em alta, mas recuou à medida que as bolsas norte-americanas caíram após a divulgação de dados da inflação nos Estados Unidos.
A divulgação de que a inflação norte-americana em março continua no maior nível em 40 anos trouxe tensão aos mercados externos. Aumentaram as apostas de que o Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) suba os juros mais agressivamente que o previsto. Taxas mais altas em economias avançadas estimulam a fuga de capitais de países emergentes, como o Brasil.
A instabilidade no mercado de ações só não chegou ao dólar porque os juros básicos no Brasil estão no maior nível desde 2017. Na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o Banco Central confirmou que pretende aumentar a taxa Selic (juros básicos da economia) para 12,75% ao ano na próxima reunião, em maio. No entanto, na semana passada, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que a autoridade monetária pode estender os aumentos caso a guerra na Ucrânia e outros choques externos se prolonguem.