A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) avalia que, apesar das altas de preço do trigo no mercado internacional em fevereiro, o balanço do mês foi de preços domésticos estáveis no Paraná, maior produtor nacional. “O motivo para isso foi a queda do valor médio do dólar no período. Entretanto, para o mês de março, o produto já apresenta alta de 10% em relação aos preços médios de fevereiro”, diz em comentário sobre o mercado. “A tendência de preços elevados para o trigo pode estimular um aumento na área cultivada.”
Para o superintendente de Inteligência e Gestão da Oferta da Conab, Allan Silveira, considerando-se o histórico dos valores de mercado e a área destinada para a cultura, “há um indicativo de que os produtores respondem quando os preços estão elevados”. Mas ressalva que os custos de produção em alta podem limitar “o aumento esperado” na área plantada.
Ainda de acordo com a estatal, as cotações do milho também seguem em alta acompanhando o movimento no mercado internacional. “A quebra da primeira safra do cereal reduziu a disponibilidade do produto no mercado interno, resultando em uma queda nas exportações em torno de 7% quando comparada com o último ano. Ainda assim, é esperada uma elevação de 67% das exportações em 2022, o que retrata a expectativa de aumento da produção de milho de segunda safra.”
Para a soja, o cenário também é de preços elevados, devido à quebra de safra na América do Sul e à atual situação geopolítica mundial. Além disso, os prêmios de porto no Brasil devem continuar altos mantendo preços internos da oleaginosa elevados, diz.