Norberto Ortigara escreveu que os quatro estados perderam 21,5 milhões de toneladas de soja, 37,7% da estimativa inicial
Nesta quinta-feira (3), o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab) do Paraná, Noberto Ortigara, usou as redes sociais para falar sobre a situação da safra de soja no Paraná e no Brasil.
Segundo o secretário, a safra 2021/22 de soja no Brasil deve ficar ficar próxima de 120 milhões de toneladas. “Concluímos, hoje, mais uma avaliação da safra de soja, no Paraná. Perdas estimadas em 42%, ou 8.886.000 toneladas. A colheita deve ficar em 12.145.000 de t. Os três Estados do Sul e Mato Grosso do Sul perderam, em conjunto, 21.514.000 t, ou 37,7% da estimativa inicial. Com isso, a safra nacional deve ficar próxima de 120.000.000 de toneladas, se não houver boa compensação pelos Estados do Centro-Oeste, Norte e Nordeste. A perda no Sul é bilionária, ultrapassando 65 bilhões de reais, um baque na renda dos agricultores e na economia”, escreveu o secretário.
De acordo com Ortigara, os números têm amparo técnico e foram consolidados depois de uma reunião entre profissionais das secretarias da Agricultura dos quatro estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul.
Paraná
Nesta semana, a colheita do milho no Paraná atingiu mais de 60 mil hectares – 14% da área estimada para a primeira safra 2021/2022, de 437 mil hectares. A expectativa, até o momento, é de que sejam produzidas 2,7 milhões de toneladas. Esse é um dos temas abordados no Boletim Semanal de Conjuntura Agropecuária, divulgado nesta quinta-feira (03). O documento é preparado pelos técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento.
Segundo o boletim, até agora, 39% da área de milho a colher registra boas condições, enquanto 37% das lavouras apresentam condições medianas e 24% têm condições ruins. Quanto à segunda safra de milho 21/2022, já foram plantados 257 mil hectares – 10% dos 2,6 milhões previstos para esta safra.
O documento do Deral também traz informações sobre o mercado atual de milho, e os dados mostram que o cenário comercial é favorável para o produto. Em janeiro de 2022, o preço recebido pelo produtor pela saca de 60 kg foi de R$ 88,35. Esse valor representa uma alta de 22% quando comparado a janeiro do ano passado.
No mercado internacional, a variação neste mesmo período foi de 14%. O preço aquecido internamente tem influência cambial, que variou positivamente entre janeiro de 2021 e janeiro de 2022, além de uma demanda maior pelas cadeias que consomem o cereal no Estado.
A safra de soja paranaense teve um avanço na colheita nesta semana e chegou a 11% da área total, estimada em 5,6 milhões de hectares. A produção obtida no campo até agora está abaixo da expectativa inicial e, em algumas regiões, as perdas superam 50%. Das lavouras a colher, 36% têm condição boa, 33% condição mediana e 31% ruim.
Em relação ao trigo, o Boletim informa sobre as cotações em janeiro, que tiveram grande volatilidade em Chicago, oscilando entre 740 e 830 centavos de dólar por bushel. No entanto, a última cotação foi 760, abaixo do fechamento de 2021.
Esse alívio momentâneo nas cotações, somado a um mês de fortalecimento do real frente ao dólar, colabora para que as importações de trigo em 2022 tenham uma situação menos crítica que no último trimestre de 2021, porém ainda desafiadora.
(Canal Rural)