O preço do suíno vivo no mercado independente tem apresentado forte queda em janeiro, informou o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq-USP), em relatório antecipado ao Broadcast Agro.
“Assim, os preços estão no menor patamar real (valores deflacionados pelo IGP-DI de dez/21) desde agosto de 2018 na maioria das regiões”, diz o centro de estudos. O motivo, segundo o relatório, é o elevado estoque de carne suína no País, já que o setor vendeu menos do que o esperado em dezembro. Há também estoque reforçado de animais, o que deprime mais os preços. Para agravar a situação, janeiro registra, historicamente, consumo menor de carne suína. “Este cenário, por sua vez, está atrelado à menor demanda da população, devido à renda limitada, e ao período de férias escolares.”
Na parcial do mês de janeiro, o preço médio do suíno vivo alcançou R$ 5,61 por quilo na região SP-5 (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba), até o dia 25, recuo de 18,5% frente à média de dezembro e de 28,6% na comparação com a de janeiro/2021, em termos reais.
Já no oeste de Santa Catarina, a baixa mensal foi de 18,3%, a R$ 5,13/kg na parcial de janeiro, sendo ainda 42,3% menor que em igual mês de 2021. No sudoeste paranaense, a média é de R$ 5,10/kg na parcial do mês, quedas de 18,4% frente a dezembro e de 36,9% na comparação com janeiro/21.
Quanto à carne, na média parcial de janeiro, o pernil com osso negociado no Estado de São Paulo se desvalorizou 8,4% frente a dezembro e 25% na comparação com igual mês de 2021, em termos reais (valores deflacionados pelo IPCA de dez/21), cotado a R$ 10,46/kg. Para a carcaça especial negociada na Grande São Paulo, o recuo mensal foi de 16,4%, com média de R$ 8,49/kg na parcial de janeiro, e queda de 27,7% no comparativo anual.
Além da queda na cotação do animal vivo, a alta dos custos contribui para elevar as perdas no setor produtivo. Conforme apurou o Cepea, os prejuízos para boa parte dos suinocultores estão entre R$ 250 e R$ 300 por animal.
(Cepea/AE)