A forte queda no preço do suíno vivo na última semana tem reduzido o poder de compra do produtor paulista e catarinense em relação ao milho e farelo de soja, informa o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq-USP), em relatório antecipado ao Broadcast Agro.
Segundo o centro de estudos, a maior oferta de animais para abate, aliada à menor demanda da indústria, pressiona a cotação, que recuou 7,6% na região SP-5 ((Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba) entre 13 e 20 de dezembro, sendo negociado a R$ 6,43 o quilo na segunda-feira (20). Já no oeste de Santa Catarina a queda foi maior, de 10,3%, para R$ 5,80 o quilo do suíno vivo ontem.
O Cepea informa que o preço do milho segue firme na maior parte das regiões, por causa da resistência de vendedores em negociar o grão disponível. Além disso, boa parte dos compradores está abastecida, o que limita valorizações. Assim, o indicador Cepea para o milho fechou a R$ 87,57 no dia 20, pequena queda de 0,6% ante 13 de dezembro. Em Chapecó (SC), no mesmo período, o recuo foi de 0,5%, com a saca sendo comercializada, em média, por R$ 89,22 na segunda-feira (20).
Já para o farelo de soja, a valorização do dólar frente elevou o interesse de compradores externos pelo grão brasileiro, aumentando a disputa entre agentes dos mercados doméstico e internacional e, consequentemente, os preços internos. Na região de Campinas, o derivado se valorizou 4,6% de 13 a 20 de dezembro, atingindo R$ 2.360,31/tonelada no dia 20. Em Chapecó, a alta na cotação foi de 4,2%, com a tonelada comercializada a R$ 2.298,26 na segunda.
Assim, o suinocultor paulista conseguia comprar 4,4 quilos de milho com a venda de 1 quilo de suíno, quantidade 7% menor do que era possível na segunda-feira anterior (13). Em relação ao farelo de soja em Campinas, o recuo do poder de compra foi ainda mais significativo, sendo possível ao produtor adquirir apenas 2,73 quilos do derivado com a venda de 1 quilo de suíno, queda de 11,7% na semana.
Para o suinocultor do oeste catarinense, na comparação com o farelo de soja, foi possível ao produtor, no dia 20, a compra de 2,52 quilos do derivado com a venda de 1 quilo do animal vivo, queda de 13,9% em sete dias. No caso do milho, foi possível ao produtor catarinense a aquisição de 3,9 quilos de cereal com a venda de um quilo de suíno, 9,8% a menos do que na semana anterior.
(AE)