Os Estados Unidos incluíram um segundo fornecedor de potássio da Bielo-Rússia na lista de sanções econômicas ao país, conforme comunicado divulgado pelo Departamento de Tesouro do país. Desde ontem (2), a empresa estatal comercial Belarusian Potash Company (BPC), que comercializa cloreto de potássio (KCl), está inclusa nas sanções juntamente com a Belaruskali, empresa estatal mineradora, que produz KCl. Na prática, as sanções proíbem negócios de empresas norte-americanas com as companhias bielo-russas listadas.
A inclusão da BPC, junto a outras 11 companhias bielo-russas e 20 pessoas, veio em uma quinta rodada de sanções ao país, coordenada com a União Europeia. A estatal já constava da lista de sanções da UE na rodada de setembro. A empresa ainda não estava nas restrições dos Estados Unidos porque as sanções incluíam anteriormente proibição de negócios com qualquer empresas em que a Belaruskali detivesse pelo menos 50% das ações, o que isentava a BPC pelo fato de a Belaruskali possuir 47% de seu controle acionário. Todas essas sanções serão avaliadas pelo Conselho Europeu em na próxima quarta-feira (8).
As sanções da União Europeia e dos Estados Unidos são uma reação ao regime de governo de Aleksandr Lukashenko – presidente bielo-russo. O departamento justificou a inclusão da companhia bielo-russa para “limitar os benefícios financeiros que o regime de Lukashenka obtêm das exportações de potássio”, alegando que a BPC é um player chave das exportações de potássio da Bielo-rússia para o mundo. A sua subsidiária BPC Agrorozkvit LLC (Agrorozkvit) também está sujeita às sanções. Essas empresas terão aproximadamente 120 dias para encerrar transações com os norte-americanos. A lista incluiu ainda a Foreign Limited Liability Company Slavkali (Slavkali), que produz fertilizantes à base de potássio na Bielo-Rússia e que está atualmente construindo uma planta de mineração no país, por eventuais relações com o presidente Lukashenko.
O endurecimento das sanções econômicas ao país do Leste Europeu ocorre em meio ao aperto na oferta global de fertilizantes, com restrições na disponibilidade dos principais players produtores, e ao crescimento expressivo dos preços dos insumos. A consultoria StoneX avaliou, em comentário enviado a clientes, que essas sanções são novo fator altista para o mercado internacional de fertilizantes, devendo impulsionar as cotações globais do Kcl. No acumulado deste ano, o preço do potássio já avançou mais de 200%. No Brasil, o valor do macronutriente já ultrapassou os US$ 830 CFR porto.
(AE)