O mercado de câmbio voltou a abrir sob pressão nesta sexta-feira, com o dólar futuro superando 5,70 reais pela primeira vez desde abril, conforme investidores seguiam impondo nos preços riscos maiores de abandono da responsabilidade fiscal com o furo do teto de gastos.
O dólar futuro bateu 5,7135 reais na máxima. Às 9h26, subia 0,71%, a 5,7065 reais. No mercado à vista, a moeda ganhava 0,54%, a 5,6990 reais, após pico de 5,7080 reais (+0,47%).
A exemplo da véspera, o Banco Central não anunciou ofertas líquidas de dólar para esta sessão.
Os juros futuros mantinham-se sob intensa onda de compra, com as taxas disparando mais 51 pontos-base em alguns vencimentos, aumentando a pressão para o Bacen acelerar o ritmo de aumentos da taxa Selic.
Na noite de quinta, assim que os mercados fecharam, o Ministério da Economia comunicou que o secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, pediram exoneração de seus cargos ao chefe da pasta, Paulo Guedes, marcando nova rodada de baixas na equipe econômica em meio à sinalização do governo de que irá contornar a regra do teto de gastos para colocar de pé um novo Bolsa Família mais robusto.
“Há muita incerteza no curto prazo que pode empurrar o dólar para cima ante o real. Por outro lado, os players acham que o real está gravemente desvalorizado, o BCB provavelmente aumentará seu ritmo de alta dos juros e intervenções (cambiais) ainda são possíveis. Portanto, a estabilidade nesses níveis não parece ser o cenário-base”, disse o Citi em nota.
(Reuters)