Após sete meses seguidos de alta, os preços de carnes tiveram deflação de 0,21% em setembro, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A despeito dessa queda recente, o alimento ainda acumula alta de 24,84% no resultado acumulado em doze meses até setembro.
“O preço de carnes caiu em setembro, é a primeira queda após sete altas. O movimento pode estar ligado à suspensão das exportações de carne para a China, definido no início de setembro, em função do caso de mal de vaca louca. Mas em doze meses o preço ainda tem alta de quase 25%”, disse o responsável pelo índice, Pedro Kislanov. Com a deflação de 0,21% em setembro, as carnes tiveram impacto de -0,01 ponto percentual na taxa de 1,16% do IPCA no mês.
Os preços de carnes vêm em trajetória de aceleração desde o fim de 2019, antes mesmo da pandemia, com aumento da demanda da China. Por causa da peste suína africana, houve redução do rebanho suíno no país asiático e foi necessário ampliar as importações de proteínas para suprir a demanda interna.
Com o dólar alto, a carne brasileira também ficou mais atrativa no mercado externo e os produtores direcionaram muito da produção para o exterior, pressionando os preços no mercado brasileiro.
A alta na carne também contaminou os preços de frango, pelo efeito substituição. O item também tem sentido a alta no preço de milho, principal ingrediente da ração animal, o que pressiona o custo dos produtores.
O preço de frango inteiro subiu 4,50% em setembro e acumula altas de 16,36% em 2021, até setembro, e de 28,78% no resultado acumulado em doze meses. Já o frango em pedaços tem variações de 4,42%, 22,26% e 28,91%, respectivamente.
(Valor Econômico)