Os preços ao produtor apresentaram alta generalizada entre as atividades e seu índice subiu 1,86% em agosto, repetindo a mesma taxa do mês anterior, segundo dados divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com esse resultado, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) passou a acumular avanço de 33,08% em 12 meses.
“A demanda aquecida do comércio internacional e a desvalorização do real frente ao dólar vêm impactando os preços industriais no mercado interno”, explicou o gerente do IPP, Manuel Souza Neto.
“O movimento dos preços do minério de ferro e do óleo bruto do petróleo, por exemplo, afeta de forma quase direta os setores de químicos, de refino e de metalurgia. No setor alimentício, as exportações de commodities, como soja e milho, pressionam para cima os custos das rações para animais e, por consequência, das carnes”, completou.
O mês de agosto apontou alta em todas as 24 atividades analisadas, sendo a maior influência a do setor de alimentos, pressionado principalmente pelos preços das carnes e miudezas de aves congeladas.
Os alimentos subiram 2,19% em agosto, sétima taxa positiva ao longo do ano –a única negativa foi a de junho, de 0,14%– e a segunda maior de 2021. No ano, o segmento acumula alta de 12,47%.
“A elevação dos preços foi impactada tanto pelo aumento de custo na criação dos animais quanto pela maior demanda. Além das exportações, também houve o impacto do mercado interno, com a volta às aulas presenciais e a tendência de substituição da carne bovina pela de frango”, disse Souza Neto.
A atividade de refino de petróleo e produtos de álcool teve alta pelo quarto mês consecutivo em agosto, de 1,91%, e no ano o setor acumula inflação de 47,03%.
Os preços da indústria química subiram 2,82% em agosto, a maior alta desde abril (4,73%) e acumulando variação de 37,34% no ano.
(Reuters)