Os frigoríficos em Mato Grosso têm buscado alternativas para o escoamento da carne bovina que estava a caminho dos portos, direcionando-a ao mercado interno, após a suspensão temporária de embarques para a China, disse o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) em relatório.
Na semana passada, a confirmação de dois casos atípicos de encefalopatia espongiforme bovina (EEB) em Minas Gerais e Mato Grosso paralisou negociações no mercado de boi e as exportações para a China, maior comprador de carnes do Brasil.
O Imea disse que as cotações no mercado futuro do boi gordo caíram 5,94% na semana passada ante a semana anterior, a média semanal da arroba no mercado físico caiu 0,17% e o boi gordo à vista teve queda de 0,39%.
“É importante destacar que a queda só não foi mais intensa pois parte dos agentes se encontraram fora das compras e as indústrias que sempre atenderam ao mercado interno mantiveram seus preços”, disse o Imea.
Mato Grosso exportou 50,18 mil toneladas de carne bovina em agosto, um recorde para o setor e alta de 20,94% ante o registrado em julho, sendo que a China comprou 62% deste volume.
“Vale destacar que esse movimento de alta nos envios de agosto foi um reflexo das limitações no volume exportado pela Argentina, somado com o baixo rebanho da Austrália e conflitos políticos entre o país da Oceania com a China (principal consumidora da proteína)”, disse o Imea.
De janeiro a agosto, o volume de exportações de carne bovina de Mato Grosso ainda acumulou queda de 5,32% em relação ao mesmo período de 2020, enquanto a receita com os embarques subiu 7,92%.