O diretor-executivo de Política Agrícola e Informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Sérgio de Zen, afirmou que o agronegócio brasileiro tem foco no aumento da produção por produtividade e não por meio da abertura de novas terras agricultáveis. “Trabalhamos com agricultura que quer aumentar a produtividade da área que tem disponível (já cultivada). Há espaço de eficiência muito grande para ampliar produção por rendimento”, disse de Zen há pouco, durante coletiva de imprensa para comentar as “Perspectivas da Conab para a Agropecuária na Safra 2021/22”. As declarações foram concedidas à imprensa após o presidente Jair Bolsonaro ter dito mais cedo que a oposição ao chamado “marco temporal” inviabilizaria o agronegócio brasileiro.
A tese do ‘marco temporal’ prevê que os povos indígenas possam ocupar somente as áreas nas quais já estavam na data da promulgação da Constituição de 1988. O Supremo Tribunal Federal deve se debruçar sobre o tema e poderá rever a posição. Nesta caso, haveria a possibilidade de mais terras serem demarcadas.
Sobre as áreas agricultáveis, de Zen apontou que a expansão da produção agrícola será na intensificação do uso da terra, como por exemplo, o plantio de mais uma safra de grãos sobre a mesma lavoura. “Agricultura não quer mais áreas. Vamos crescer a área de milho sobre a área de soja. Vamos crescer soja sobre pastagem degradadas”, comentou. Ele acrescentou que a limitação de aberturas de novas áreas não deve afetar as perspectivas de incremento na área plantada de soja, milho e algodão na safra 2021/22, previsto pela Conab.
(AE)